O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

quinta-feira, 20 de março de 2014

É DESSE TIPO DE POLÍTICOS QUE ESTAMOS CERCADOS

Faaaaaaaaaaaaala galera!

Como esperar uma sociedade realmente inclusiva, dignidade e respeito,
quando, os políticos que dizem nos representar, são os primeiros a nos
vitimizar?

É a pergunta que me faço ao ler um trecho de uma reportagem publicada
no jornal O Globo, onde Romário ataca Ronaldo em carta aberta.

O link para ela é:

http://oglobo.globo.com/esportes/em-carta-aberta-romario-critica-ronaldo-cobra-compromisso-assumido-11935102

Após o link, copio um trecho o qual achei conveniente destacar.

"Ronaldo, é o seguinte, te respeito como ídolo, como boa parte do povo
brasileiro. Suas conquistas são inegáveis, fruto de muito trabalho,
superação e bastante suor. Assim como as minhas. Mas como cidadãos
brasileiros, especificamente em relação à Copa do Mundo, estamos em
lados opostos. Em dia 23 de dezembro de 2011, o COL convocou a
imprensa e, ao meu lado e de mais quatro deputados federais da Frente
Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência - Mara Gabrilli,
Rosinha da Adefal, Luiz Henrique Mandetta, Otávio Leite -, você
anunciou a doação de 32 mil ingressos para este segmento da sociedade.
O que você disse no evento está registrado: "O Romário não tem que
agradecer nada. Somos nós é que temos que agradecê-lo por nos
apresentar um projeto desses e nos dar a oportunidade de fazer uma
Copa melhor". Somente essas palavras, já o responsabilizam junto com
presidente da CBF por esta doação. É muito negativo você vir a público
agora afirmar que não tem responsabilidade sobre este tema. O
descumprimento desta dívida não afeta a mim, nem aos outros deputados,
mas certamente tira a oportunidade de milhares de pessoas que vivem à
margem da sociedade - tanto por preconceito, como por pobreza - de
realizar um sonho."

Será que isso merece algum comentário?

sinceramente, já estou de saco cheio. Não fiz um cálculo matemático
preciso, mas pelo menos em 20% das minhas postagens, acabo sendo
repetitivo em bater na mesma tecla.

Acho lamentável termos no Brasil um evento futebolístico com a
grandeza de uma copa do mundo e, nossa população, que pagou com o seu
suor os gastos do mesmo, não ter acesso sequer a uma partida, a não
ser pela TV.

Ao lembrarmos que o Futebol é uma paixão nacional, certamente nosso
povo se torna mais injustiçado com a situação.

Infelizmente, nem Ronaldo, nem Romário, cogitaram em nenhum momento,
doação de ingressos para a população carente do nosso país.

vou até mais além.

Eu, apesar de ter um trabalho e não estar à beira da miséria, também
não terei condições de assistir a uma partida sequer.

Por que será?

Lógico.

Vitimizar as pessoas com deficiência tratando-as como coitadas e doar
algo, faz a imagem da caridade ficar muito maior.

Romário, ao rebater Ronaldo com esse texto, deixou bem claro o que
pensa sobre nós.

Vou repetir o trecho mais uma vez, para que não haja dúvidas:

"O descumprimento desta dívida não afeta a mim, nem aos outros
deputados, mas certamente tira a oportunidade de milhares de pessoas
que vivem à margem da sociedade - tanto por preconceito, como por
pobreza - de realizar um sonho."

Ta na cara que seu pensamento é:

"coitados!

sofrem preconceito, ou então são pobres!

então, nada mais justo que doar ingressos para que pelo menos alguns
coitados possam assistir a algum jogo da copa."

Ele foi bem claro. Não existe outra interpretação plausível ao texto escrito.

estou defendendo Ronaldo e a organização da copa?

De jeito nenhum.

a partir do momento em que houve tal promessa, também quiseram dar de
bonzinhos usando o nosso nome, nos colocando, pra variar só um
pouquinho, na condição de vítimas.

Estando bem claro o que pensa sobre nós, não só Romário como grande
parte dos que dizem nos representar, cabe a você decidir o que fazer
nas eleições futuras.

se está no grupo acostumado com vitimização, acha uma excelente
técnica para adquirir vantagens, parabéns!

Tem representantes a altura.

senão, vamos continuar matando um leão por dia, porque é cada um por
si e Deus por todos, somente.

e o pior!

O lado de lá ainda nos critica por lutarmos individualmente, sem
pensarmos no coletivo.

Então, escutem aqui.

Se vocês tem o direito de preferir a vitimização, nos deixe ao menos
seguir nosso caminho. Aliás, ele fica até mais tortuoso por não haver
a união e pelo mundo conspirar, tentando nos mostrar a qualquer custo
que a vitimização seria o caminho normal.

Se o lado é oposto e a dignidade não é almejada por todos, então,
"cada um No Seu quadrado."

sexta-feira, 14 de março de 2014

A QUE ESPÉCIE PERTENCEMOS?

Faaaaaaaaala galera!

Pra começar, sexta-feira e vou indicar um som que gosto muito e está
bem no clima.

http://www.youtube.com/watch?v=8LhCd1W2V0Q

Já falei aqui sobre um hábito que algumas pessoas tem de infantilizar os cegos.

Alguns casos transcendem a infantilização.

Desde um certo tempo, aprendemos:

"Os humanos são animais racionais."

Certo dia, a fim de zuar o barraco, algum engraçadinho deve ter
escrito em algum lugar:

"Exceto os cegos."

Provavelmente, o conhecimento milenar passou de geração em geração e
até hoje encontramos seguidores dessa ideia.

Vira e mexe, ao andarmos na rua, algum cidadão vem gentilmente nos
informar onde estamos.

é. muito provavelmente esses nos enxergam como cães vira-lata. Afinal,
esses normalmente não sabem onde estão. Andam apenas atrás de comida e
pronto.

Pior que no meu caso, o tamanho da minha barriga deve fazer jus a
isso.... Nossa!

Mas, como até hoje ninguém me ofereceu um punhado de ração, talvez a
espécie não seja essa.

Algumas pessoas, ao auxiliar, tem medo de andar e caminham como se
tivessem algum problema com as pernas.

Para essas, cegos as fazem lembrar automaticamente de tartaruga.

Existem também aquelas que se desesperam e procuram nos segurar na
hora de descer degraus. As vezes, nos seguram tão forte... Acho que é
pra gente não fugir.

Mas pera aí! Não conseguir descer degrau....... até agora eu achava
que Saci Pererê era lenda. Mas não! São os cegos!

Na condução, as pessoas correm:

Senta aqui....... Aliás é uma das frases mais perigosas que eu já
ouvi.... Sei lá.... Ficar sentando em qualquer lugar.

Realmente:

Os cães ficam de pé apenas para fazer graça e logo depois precisam
sentar, ou ficar de 4.

Mas, quem sabe o senta aqui não faça algumas pessoas terem a sensação
de estarem adestrando um cachorro.

Vai.... Senta..... agora deita.... vai lá...... Vai buscar a bolinha.....

Bom. aí complica um pouco....... É preciso ver a bolinha.

E aí, eu sento num banquinho..... Estão vendo gente? Sou bem adestrado!

Passa um tempo alguém toca no meu ombro.

Tirei os fones do ouvido e ela alertou que o motorista estava tentando
falar comigo.

Por um lado, é interessante a preocupação e a boa vontade em ajudar,
perguntando onde eu desceria.

Em seguida, vem o sermão por estar usando fones em volume alto.

Me respondam?

Quantas pessoas, principalmente nas cidades grandes, embarcam na
condução com fones no ouvido?

Será que esse motorista aborda todos os seus passageiros com fone para
avisar que vão ficar surdos?

Certamente não.

Nesse caso, cada um sabe de si. São adultos.

Ué, mas e no meu caso?

Teoricamente também. Mas, na visão de grande parte das pessoas, não.

Afinal de contas, sou adulto, uso meus fones da forma que me der na
telha e se futuramente vierem as consequências decorrentes da minha
atitude presente, o problema é meu.

Ou seja: a mesma regra aplicada aos demais deveria ser a mim.

Mas, como para algumas pessoas a racionalidade não nos pertence....

Wasabi no sushi bar.

Peço um temaki.

Veio o wasabi no cantinho do prato.

Experimento pra ver o quão forte está.

Afinal, eu costumo caprichar no wasabi e, nos pratos onde a pimenta se
encaixa, também.

E vou, a cada mordida no temaki, calibrando no wasabi.

Até que um garçom vê e fala:

Meu! Aí é muito wasabi!

Juro que não consegui entender porque ele se interessou mais em olhar
a quantidade de wasabi que eu como, do que servir. Mas, em fim....

Aí me veio uma dúvida.:

Não tinha noção do wasabi, o cara ficou olhando...... Ora, ora....

Será que quando eu fui no banheiro ele também ficou olhando para saber
se o tamanho era adequado para que ele pudesse verificar se estava
correto me enxergar como jumento? kkkkk.

Mas, por outro lado, a irracionalidade não está só do lado de cá?

O que dizer das pessoas, quando você pede:

"Poderia soltar o meu braço para que eu desça o degrau?" E elas
continuam segurando?

Ou, se você leva um tombo:

"Por favor! Me solta para que eu possa levantar." E a pessoa, o que
faz? continua segurando.

3 Possibilidades:

Ou a quantidade de surdos no país é maior do que pensamos, ou as
pessoas não conseguem processar a mensagem.

Tem ainda a terceira:

Essa, é pensarem:

Ele não sabe o que diz.

Até entendo a falta de informação.

Sabendo que as pessoas querem ajudar, engolimos a seco algumas coisas.

Cada pedido de lugar feito pelas pessoas quando entro no ônibus, cada
puxão pelo braço e atitudes semelhantes, são guardadas num canto, por
ver aquela famosa realidade:

"Ele (a) só quis ajudar!"

Não é segredo pra ninguém! Tudo que guardamos, vai virando uma bola de neve.

E quando essa bola está prestes a estourar?

Bom. Eu já pensei numa saída.

Criar alguns vudus em casa e espancar um deles quando chegar. kkkkkk.


O problema é:

Não vi a fisionomia de nenhum protagonista de tais ações. kkkkk.

Quando é alguém da sua convivência, ou que tenha certo contato, ainda
dá para tentar falar com ela sobre a atitude que te irrita
profundamente.

Pior é quando isso gera uma discussão sem fim pelo fato dela achar
estar certa. rs.

Mas, em fim...

Ta me dando fome.

Mas, como até agora ainda não descobri a qual espécie pertenço, que
ração eu compro?

segunda-feira, 10 de março de 2014

E O CARNAVAL FOI EMBORA

Faaaaaaaaala galera!

Infelizmente passou a data que mais gosto no ano.

O Carnaval!

Além da farra a qual curto muito, onde estamos várias pessoas
interagindo com o mesmo objetivo, é um momento onde a gente consegue
se desligar totalmente e viver, como queremos.

Seja brincando em um bloco, seja relaxando, em fim:

Desta vez fui para a cidade de Mateus Leme, em Minas gerais. Um casal
de amigos se mudou para lá recentemente.

Contato com a natureza, campo, piscina, churrasco, cerveja gelada,
feijão tropeiro........ Querem mais? Kkkkk.

Desta vez, acabei não brincando em nenhum bloco como nos anos
anteriores, mas a companhia da galera que lá estava acabou fazendo eu
não sentir falta disso.

Risadas, bons papos, cerveja, etc.. Tudo isso acompanhado do traje o
qual mais gosto de usar.

Bermuda, camiseta regata e chinelo.

Confesso!

São Paulo me deu oportunidade profissional, me proporciona
crescimento, mas, sinto muita falta do chinelo, bermuda e regata, que
não fazem parte da minha vida constantemente por conta da correria.

Sinto também falta de pisar descalço numa grama, areia da praia, chão de terra.

No rio, pelo menos a areia da praia e a combinação chinelo, bermuda e
regata eu tinha quase sempre.

Por isso, sempre aproveito as férias, feriados e afins para ficar mais
tempo de bermuda, regata e chinelo.

A única preocupação que eu tive foi quando, quem comandava a
churrasqueira disse: "Agora vou colocar o toicinho de barriga."

Po...... Isso me preocupou seriamente.

Afinal, minha barriguinha.... kkkkkkkkkk.

Eu falei: OPS. Deixa eu quieto aqui! Que história é essa de toicinho
de barriga? Kkkk.

Aí, uma das pessoas muito gente boa, já entrou no espírito e disse:

"calma André! Fique tranquilo! É só se faltar!" kkkkkk.

Foram quatro dias que passaram muito rápido.

É... talvez meu fígado não aguentasse mais alguns.... Bom.... Deixa
esse assunto para outra hora. Kkkkk.

Dormir e acordar com o canto de algum pássaro.

É... as vezes com o latido de alguns cachorros também. Rs.

Acordar cedo nunca foi uma das minhas preferências.

Mas lá, valia à pena levantar o mais tardado às 9 da manhã para ainda
poder ir lá fora e sentir o vento matutino.

É. Já prestaram atenção no vento que sopra no campo pela manhã?

Deveriam.

Mas, assim como o carnaval, a quarta-feira de cinzas também chega. E
com ela, volta a calça, sapato e o chinelo, bermuda e regata voltam
para um lugar especial, aguardando um novo momento onde eu possa usar.

Quem sabe num boteco com mesa na rua em dias de calor?

E o trabalho a partir do meio dia na quarta de cinzas me fez ter uma
crise de identidade.

Estava me sentindo as cinzas do Carnaval. Kkkkkk.

Mas, valeu à pena.

Como sempre agradeço aos meus amigos pela oportunidade, pela
hospitalidade do povo mineiro que continua sendo fora de série.

Bom... aos dois cachorros que resolveram se pegar encostados na minha
perna e morderam meu pé, a esses eu não vou agradecer. Kkkkkkk.

Mas fora isso, até eles me receberam muito bem.