O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

terça-feira, 3 de junho de 2014

CEGOS DIFERENTES

Faaaaaaaaaaaaaala galera!

Quando se fala em cegueira ou qualquer outra deficiência, é comum
usarmos a frase:

"Precisamos aprender a conviver com as diferenças."

Diferenças?

Com certeza tal termo é totalmente compatível com o padrão imposto
pela sociedade, no qual o normal é o fisicamente perfeito.

Mas, vamos analisar o termo.

Precisamos de ajuda em determinadas situações, como atravessar uma rua.

Seria isso suficiente para nos tornar diferentes?

Os semáforos sonoros resolveriam a questão, mas....

Não gosto de me citar como exemplo, mas.....

Sou técnico em TI e estudante de Análise e Desenvolvimento de sistemas.

Em que eu sou diferente dos demais profissionais do setor ou dos
colegas de turma na faculdade?

Sim. Para usar o computador eu preciso instalar um software que faz
ele falar o que aparece na tela. Mas, isso seria suficiente para
diferenciar? Ou, na verdade, me iguala, pois me possibilita trabalhar
e estudar da mesma forma que os demais.

Ah sim. Não vi o gráfico no slide e preciso que alguém me explique. Mas.....

No que seríamos diferentes de uma outra pessoa que está tomando
cerveja em um bar?

Nosso dinheiro é igual, nosso cartão é igual, a mensagem que eu vou
receber no celular quando usar o cartão para pagar também é igual e
inclusive o desfalque de dinheiro também vai ser igualzinho! kkkk.

Se for um bar desconhecido, ou até mesmo num conhecido, pela falta de
espaço, posso preferir que alguém me conduza até o banheiro para não
esbarrar nas pessoas e coisas no caminho.

Mas, esse mero detalhe me tornaria diferente?

Passou uma mulher gostosa na rua. Você, leitor do blog vai ver e eu
não.... É..... aí até pintou uma diferença. kkkkkk.

Mas, vamos voltar ao texto.

Muitos defendem com unhas e dentes a seguinte máxima: "As vezes
precisamos diferenciar para igualar."

Não vamos confundir diferenciar com adaptar.

As guias rebaixadas, são usadas para que os cadeirantes possam se
locomover melhor, tal como qualquer pessoa.

Tal iniciativa, os contempla com o direito de ir e vir, que, segundo
nossa constituição pertence a todo cidadão.

O semáforo sonoro, nos permitiria atravessar as ruas tal como quem
enxerga normalmente. Fácil perceber que isso nos igualaria nessa
questão.

Um sistema como o já implementado em São Carlos que avisa o ônibus que
está parando, nos igualaria.

O sistema de fala nos caixas eletrônicos, já implementado pelo Itaú,
Banco Do Brasil e outros, nos possibilita realizar operações bancárias
como qualquer pessoa.

Mediante ao exposto acima, pergunto:

Somos diferentes, ou as coisas não são pensadas de forma a nos igualar?

Seriam então, um usuário de óculos e uma pessoa idosa, diferentes por
precisarem de letras maiores para conseguirem ler?

Deixo essas questões para que reflitam.

Um comentário:

ateu disse...

Quando alguém me fala que passou uma gostosa na rua e tira sarro por eu não poder ver, simplesmente respondo: de que adianta ver, se isso vai te deixar só na vontade? só pra se vingar dela quando for tomar banho? Acho melhor não ver. Rsrsrs