O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Por que A Cega caiu No Metrô?

Faaaaaaaaala galera! 

É. Ninguém vai acreditar. Eu já falei tantas vezes que o blog ia voltar e ele não voltou. Mas, um bom filho à casa torna, certo? Então, após casar novamente, ocorrerem várias mudanças na minha vida, o blog não vai mudar.

Eu já mudei pra caramba. Morei em Santos, Santo André, voltei pra São Paulo. É... De certa forma, se eu me mudar mais, o blog também vai, porque as postagens serão feitas de lugares diferentes, né?

Bom. Hoje a postagem não será tão descontraída porque o assunto é sério, me revolta, vou ser novamente repetitivo, bla bla bla e o Palmeiras não tem Mundial. Kkkkkk.

Bom. Essa última parte não me revolta, porque a piada sempre se renova.

Mas, fato é que ontem, Magda Paiva, assessora  parlamentar, cega, caiu no metrô.

Algumas pessoas devem estar se perguntando: como pode ter acontecido?

E provavelmente muitos a estão condenando porque não esperou funcionário, como se não tivéssemos horários obrigações e como se hoje a experiência de achar um funcionário no metrô não fosse semelhante a achar um camarão num pastel de feira.

A "acessibilidade", que o metrô encheu a boca pra citar em sua nota oficial, Segue o PNAFC (Padrão Nacional De Acessibilidade Feita Nas coxas).

Magda relatou que saiu do metrô, não havia funcionário, tentou achar a escada rolante e se perdeu. Além da estação não ter as portas de proteção da plataforma, sabem por que ela se perdeu?

Porque o projeto de acessibilidade é tão bem feito que, em nenhuma estação, o piso tátil, teoricamente instalado para ajudar na orientação da pessoa cega, leva para a escada rolante.

Podem reparar. Os pisos táteis só levam para elevador, uma vez que cegueira é a dificuldade nas pernas que impossibilita subir escada.

Ué, André! Cegueira não é o fato de não enxergar? Sim. Só que para quem fez o projeto não.

Na estação Marechal Deodoro, por exemplo, o piso tátil só leva para o elevador, que dá acesso a uma saída, que é de um dos lados da AV. General Olímpio Da Silveira.

E se a pessoa precisava ir para o outro lado?

A... Qual é o problema? Afinal, é mais fácil atravessar uma avenida movimentada sem enxergar do que subir uma escada, né?

Calma que ainda piora.

Toda essa volta foi para explicar que se ela pudesse seguir o piso até a escada rolante, não perderia a referência e não iria parar na via. Mas, para o acesso, acaba sendo, em todas as estações, necessário sair do piso tátil.

E por falar em dar volta para explicar, os tais pisos táteis também dão voltas desnecessárias muitas vezes para chegar em catracas, saídas. Segundo a explicação do metrô, é para tentar fazer com que seja seguido um caminho de menor fluxo.

Aliás, cego não deve ter contato com gente, né? Vai que seja contagioso! É melhor desviar a gente por onde ninguém passa. Kkkkk. Ou algum "especialista" em deficiência concluiu que um cego tem dificuldade de passar onde pessoas passam.

Calma que ainda piora.

Lembra do elevador, que nas estações onde existem é o único lugar para onde o piso tátil leva?

Se você trabalha, precisa bater ponto, ou sai do trabalho pra ir pra faculdade... O que, cego trabalhar, fazer faculdade? ... Bom. se você tem o que fazer..... cego tem isso? é... Fato é que você vai ter que ficar lá, esperando o elevador e quando ele chegar, se lá estiver um cadeirante, que por sinal precisava realmente do elevador, você vai ter que esperar a cadeira sair, a porta fechar e só aí uns 5 minutos você já perdeu, quando já poderia ter optado pela escada rolante e em alguns casos já estar no seu destino.

Não estou dizendo que não deveria haver uma maior quantidade de funcionários, uma vez que muita gente não conhece a estação onde está desembarcando e precisa realmente de ajuda. Só que apenas isso não é acessibilidade. acessibilidade é prover a possibilidade de exercermos nosso direito de ir e vir com autonomia.

No entanto, autonomia para alguém com deficiência aqui no brasil é uma aberração. Daqui há pouco vão dizer que estou xingando palavrão aqui no blog.

Mas, imaginar que seria diferente, vendo o que acontece em todos os lugares, é ser muito otimista.

Engraçado! Todos os pontos turísticos  e culturais dizem ter acessibilidade e promover a inclusão.

Inclusão é porra! Você chega no Museu Da Língua portuguesa e, dentro de todos aqueles andares, você encontra meia dúzia de coisas com acessibilidade.

Promoveriam a inclusão se todo conteúdo ali dentro fosse acessível e o pior que dá para fazer.

Só que aqui, acessibilidade é uma coisa que muita gente tem interesse apenas em mostrar que faz, não em fazer.

Semáforos sonoros instalados pela prefeitura.

Num primeiro momento, estão priorizaram locais de maior urgência , ou quem sabe importância.

Ué? A AV. Paulista não é importante? Não seria imprescindível ter semáforo sonoro lá?

E a Rua Da Consolação?

A brigadeiro Luiz Antônio, a Faria Lima, o cruzamento da Vila Ema com a Salin.... Sim. essa última é muito importante porque eu passo lá todo dia. Kkkk. Mas além disso, é muito movimentada.

Não! Essas não são importantes. Afinal, a prioridade é instalar onde existem instituições de cegos. Afinal, é pra lá que eles tem que ir. Pra dentro de sua toca.

Fazer o que na Paulista, na consolação, Etc.?

Trabalhar?

Que é isso? O Governo dá o BPC todo mês pra você não fazer merda nenhuma! Fica na tua casa e frequenta a tua instituição que dá menos trabalho!


Agora eu pergunto:

Onde está a Secretaria Da Pessoa Com Deficiência nessas horas e vou mais além:

Onde está o conselho Da Pessoa com Deficiência, que deveria fiscalizar e acompanhar o que a secretaria faz?

Por enquanto é isso.


Na próxima postagem vou falar sobre áudio Descrição.

Sim, de novo. A diferença é que eu descobri que existe áudio descrição bem feita, como a da Netflix, por exemplo.

Mas eu vou comentar uma aberração que encontrei semana passada.

Até a próxima.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Cegos Despertando Aptidões De Quem Enxerga

Faaaaaaaaaaaaala galera!

Estive pensando aqui e cheguei a uma conclusão.

Nós cegos, muitas vezes despertamos aptidões de pessoas que enxergam que estão tão ocultas, que as vezes nem aparecem. As vezes só elas mesmas acham que tem...

Uma delas é a qualidade de bom samaritano.

Afinal, muita gente quer ajudar o cego. Sempre está ajudando.. Mesmo que seja só no ponto de vista dela.

Mas, em alguns casos, não parece mas ela pode ter razão.

Quem nunca, ao sair do trem, teve sua bengala puxada na hora que você ia calcular o vão entre o trem e a plataforma?

Quem nunca foi puxado pela bengala quando estava andando na rua.

E essas pessoas estavam só ajudando.

Ajudando o cego se foder, é verdade. Mas não deixa de ser uma ajuda. Kkkkk.

Agora a aptidão mais recorrente entre as pessoas que encontram cego é a da adivinhação. Sério. Aparece um monte de bola de cristal quebrada, ciganos que não tem qualquer dom ou sei lá que porra é essa.

O fato é que várias vezes a gente anda na rua e alguém fala:

você tá indo pro lugar errado. Em! A pessoa já sabe pra onde eu to indo?

Teve uma vez que me surpreendi.

Saí no meu horário de almoço na dúvida entre dois lugares para almoçar.

Aí pensei:

no caminho eu decido.

Até que eu esboço a ida para um deles e alguém diz:

você tá indo pro lado errado!

Nossa! Esse cara é bom! Nem eu decidi ainda pra onde eu vou e ele já sabe! Nossa! tá de parabéns! Ou, quem sabe, não.

Hoje aconteceu isso no trabalho.

Uma colega diz:

você tá indo errado!

Respondi: acho que não.

Você tá indo na gerência?

Sim eu estava, até porque precisava entregar à secretária meu atestado de doação de sangue. Aí disse: sim.

Então vai com a cara e a coragem.

Agora e as obviedades?

Fiz curso de auxiliar de câmara Escura no início dos anos 2000 e por conta disso, fiz estágio em um hospital.

Todo dia eu entrava e ia para o lado errado.

Afinal, para as pessoas que estavam na espera, um cego entrando no hospital, é claro que estava doente e tinha que ir para a recepção pegar senha! Era óbvio! E não me espantaria se tão óbvio quanto, fosse o fato do cego estar procurando o que?

Olha, mas ninguém sabe? Oftalmologista, né?

Porque afinal, cego entra no hospital pra tentar curar a cegueira dele! Kkkkk.

As pessoas quando vêem cego praticam até raciocínio lógico!

Meu Deus. Depois dessas acho que vou terminar esse texto.

Mas antes quero perguntar a você que também é cego quais aptidões despertamos em quem enxerga. Lembram de alguma?

Ah, lembrei de outra:

se um cego entra em algum ônibus que passará próximo a uma instituição de cego, onde ele vai descer?

Óbvio que é na instituição! Quem nunca sofreu com isso?

E se você mora próximo a uma instituição de cego, ou trabalha, se não prestar atenção vão tentar te jogar lá dentro de qualquer jeito!

Quando eu morava próximo à associação Laramara sofri com isso nos primeiros meses.

Aliás uma vez foi muito engraçado.

Eu tava indo para o ponto de ônibus para ir ao trabalho.

Quando eu chego no ponto, duas moças param ao meu lado e perguntam:

onde fica a Laramara? Afinal, é óbvio que o cego sabe...

Bom. Fica no sentido contrário.

Volta e desce a segunda rua...

Aí ainda escuto:

Nossa! A gente tá te seguindo há um tempão achando que a gente ia chegar lá...... Kkkkk.

Pelo menos elas reconheceram que estavam só achando. Imagina se tivessem certeza?

Pior que eu realmente subi a rua onde fica a associação, só que no sentido contrário, pra pegar condução. Kkkk.

Mas um cego andando na rua da associação, pra onde vai?

E uma outra história parecida foi quando eu no Rio, pretendia ir à praia, mas o tal ônibus passava em frente ao Benjamin Constant.

O motorista para o ônibus e começa a gritar:

Benjamin! Benjamin! Benjamin! Benjamin!

Aí no fim, como não me manifestei em descer ele diz:

eu vou embora, em!

Aí eu respondi:

não motorista! Não vai não! Se o SR. for, quem vai dirigir o ônibus? Faz isso não! Eu to pretendendo chegar na praia hoje!

Kkkkkkkk.   

terça-feira, 4 de abril de 2017

A palavra cego está no dicionário?

Faaaaaaaaala galera!
Essa postagem se refere à um fato ocorrido ano passado, que acabei de lembrar graças ao recurso de lembranças do Facebook. Kkkk.
Mas antes da postagem em si, tenho um toque pra te dar.
Já conhece o cabify?
É um serviço de carro particular semelhante ao Uber. esse você já conhece, com certeza.
se você não usou o Cabify ainda, experimenta! Não custa nada! até porque, se você utilizar o código promocional que eu vou te passar agora, vai ganhar R$15,00 de desconto na corrida, desde que seja a primeira vez que usa o serviço.
O código em questão é ANDREL596.
Estou te passando esse código, porque nada mais justo compartilhá-lo com você, que lê o cotidiano cego, prestigia as postagens e me dá força pra continuar escrevendo.
Mentira. Eu to te dando esse código porque cada vez que alguém usar, eu também ganho R$15,00. Kkkkkk.
Ta pensando o que? Nem relógio trabalha de graça! Kkkkkk.
Vamos então à postagem.
Depois de viajar de ônibus durante uma noite inteira até o Rio, tento localizar em todos os aplicativos conhecidos um carro para me levar ao meu destino.
Até que achei um carro no... Não. Esse eu não vou falar qual foi porque eles não tão me dando vantagem nenhuma e o último código promocional que me mandaram por e-mail eu pedi e falaram que o carro ia chegar em 35 minutos.
aí, na rodoviária, ligo para o motorista, para ratificar que sou cego e não ia ver quando ele encostasse, além de passar o local exato onde eu estava.
Moço. Sou cego e não vou ver você encostar.
vendo que em 10 minutos o cara não chegava, quando a previsão era de 5, liguei pra ele.
Moço. Onde você está?
eu to aqui!
aqui onde?
É um carro vermelho. Não tá me vendo?
Moço. Eu sou cego. Não tem como eu te ver.
ah tá..... Tá me vendo agora?
Moço. Não tem como eu te ver. sou cego.
ah tá. E agora?
Olha. Eu acho que o cara acreditava fortemente que podia fazer milagre. Não é possível. Fiquei pensando. Será que ele acha que me fez enxergar em questão de segundos?
Até que eu perdi minha paciência e falei:
moço. Onde você tá? vou ver se alguém me ajuda a te localizar.
Ele explicou e pedi ajuda para o primeiro camarada que estava ao lado e disse: Moço. Poderia me ajudar? estou tentando encontrar um motorista, num carro vermelho, que muito provavelmente não sabe o que significa a palavra cego. Tu poderia me ajudar a encontrar? O cara começou a rir e fomos na suposta direção do cara.
depois que finalmente achamos o carro, agradeci ao cara que me ajudou e finalmente embarquei.
Não! Vocês acham que a história terminou aí?
Nada disso!
Quando eu entrei no carro, o cara fechou a porta e disse:
Se tivesse dito que era deficiente visual, ficaria mais fácil!

Não!.... É demais!
Gente.
Façam um pequeno exercício:
voltem ao diálogo descrito nesse post e conte quantas vezes eu disse: "sou cego."
Kkkkkkk.

sexta-feira, 31 de março de 2017

adultos sabem o que estão fazendo. crianças não. Será?

Faaaaaaaaala galera!
Nessa postagem, pretendo mostrar comportamentos diferentes entre crianças e adultos, no tocante à ajuda.
desci do metrô um dia desses e resolvi comer uma tapioca na banquinha ali próxima, antes de trabalhar.
a senhora que ali fica, levou a afilhada, que deveria ter uns 9 anos.
quando eu cheguei, a menina logo perguntou como eu queria o café e em seguida, entregou na minha mão.
até aí, nada de excepcional. Afinal de contas, por outras vezes já havia comido tapioca ali e muito provavelmente a senhora poderia ter explicado, pensei eu.
a menina era bastante inteligente.
quando eu terminei meu café e vinha para o trabalho, ao começar a andar, a menina veio em minha direção e me guiou para o piso tátil.
Fiquei surpreso. Essa menina tinha um domínio de como lidar com cego que muitos adultos não tem.
O segundo caso, se deu quando voltava para casa.

Em parte do trajeto tem uma praça e uma escola.
Não raro, encontramos crianças na mureta que costumo usar como referência, brincando e conversando na calçada, entre outras coisas.
Certo dia, fui abordado e umas dessas crianças seguraram minha bengala e me puxaram por ela.
agradeci a ajuda, mas pedi que não me puxassem mais pela bengala, pois isso me atrapalhava porque eu não tinha como encostar ela no chão e não dava pra sentir a calçada e os obstáculos.
depois desse dia, as crianças, sempre que necessário, por conta delas estarem no caminho ou haverem obstáculos, continuaram me ajudando, mas não me puxaram mais pela bengala.

comportamento de adulto:
você anda, a pessoa te puxa pela bengala ou pelo braço e se você falar alguma coisa, é ingrato, metido e tudo mais, porque afinal de contas, ela está te ajudando.
de repente, eu posso estar sendo incompreensivo mesmo. vendo, por outro ângulo, se a pessoa me puxa pela bengala, não tenho como colocar ela no chão e tiver um buraco na frente, essa pessoa vai estar me ajudando a cair no buraco. Não deixa de ser uma ajuda. afinal, eu não teria coragem de fazer isso expontaneamente. se no lugar do buraco estiver um poste, eu não vou querer bater com a cara nele por livre e expontânea vontade. Só farei isso mesmo com a ajuda de alguém. kkkkkk.
A minha crítica ao comportamento adulto, assim como a comparação com o comportamento infantil, não se dá pela questão saber ou não saber como lidar com cego. aliás, esse não é o maior problema.
O preocupante no comportamento adulto descrito, está longe do não saber como lidar com cego, mas o da pessoa ter a certeza de que está ajudando, mesmo quando mostramos o contrário.
Esse é um erro que cometemos muitas vezes sem perceber.
A criança, talvez pela sua própria condição, tem o hábito de ouvir os adultos.
Nós, quando nos tornamos adultos, perdemos a capacidade de ouvir uns aos outros e nos posicionamos como seres que sempre sabem o que estão fazendo.
se a gente conseguisse manter essa atitude das crianças, mesmo enquanto adultos, acho que muitos aspectos do mundo seriam diferentes.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Bizarrice tem limite?

Faaaaaaaaala galera!

Depois de muito tempo, to voltando ao Blog.
sabem qual é a sensação de tentar alguma coisa que você pensa te facilitar e dar merda?
Eu sei muito bem! aconteceu com a minha tentativa de migrar para o snapchat.
Não era prático mexer com algo quase inacessível e também, não pegou.
aí consegui uma forma acessível de postar pelo celular e to de volta aqui mesmo.

Partindo para a postagem das bizarrices, antes vou contar algumas novidades.

Deixei de ser um cara quase saudável, com 118 KG e hoje, passei a ser um cara com 82 KG e cálculo na vesícula. Kkkkk.

é isso aí. Eu achava que estava com um cálculo na vesícula, mas o médico, semana retrasada disse que isso não é verdade. Não tenho um cálculo na vesícula. Pelo que ele conseguiu ver e eu não, tenho uns 3 ou 4. É mole isso?
Participei da grande promoção:
emagreça pra ficar saudável e ganhe, inteiramente grates, umas pedrinhas na vesícula.
chega de enrolar e vamos finalmente às bizarrices.
Outro dia, estava na avenida movimentadíssima em Santos esperando meu fretado, como faço todos os dias.
Ninguém conhecido no ponto, um barulho infernal na avenida e além de não ver, o que já é rotineiro, não ouvi meu fretado encostar.
O motorista fez sinal para que um cara ao lado me ajudasse.
só que, como não vi, não tinha noção do que estava acontecendo. Só senti um empurrão do nada e minha bengala batendo na porta do ônibus.

E não pára por aí!
Pensava eu que após o susto ia subir no ônibus e embarcar normalmente, só que não. quando eu tentei subir, o cidadão simplesmente me agarrou por trás.
Opa! Assédio no ponto de ônibus?
Gente. Já falei que cegueira não define sexualidade de ninguém.
embora eu seja heterossexual, deixa eu dar um conselho que acredito ser plausível para quando você for querer chegar num cego que seja homossexual, ou até mesmo numa cega, independente da sexualidade.
Po! Bate um papo primeiro! Não sai agarrando! Isso é considerado crime. kkkkk.
e o pior: Vocês não tem noção.
Eu pedia para o cara me soltar, senão, ficaria impossível eu subir no ônibus e ele não ouvia.
Ou será que fingia?
Sei lá. Fato é que o motorista precisou descer pra me ajudar e fazer o cara me soltar.
Não sei se ele tava com um fone de ouvido e não me escutava, ou qual era a dele. Fato é que essa cena bizarra fez eu ser zuado no fretado durante uns dois dias.
Mas acho que o pior ainda está por vir.
Com essa postagem, eu to lembrando os caras e o motorista para que eles comecem a me sacanear de novo. Kkkkk.

Outro dia no metrô.
Me preparo pra desembarcar. quando comecei a caminhar em direção à porta, um cara simplesmente entra na minha frente, sem deixar o mínimo de espaço para que eu passasse.
em seguida, ele pergunta:
Vai descer onde?
Eu: Na próxima estação.
ah, então é pra esse lado aqui mesmo!
Percebendo que após dizer que era pra esse lado mesmo o cidadão continuou parado no mesmo lugar, fui obrigado a questionar:
Moço. Tudo bem que é pra esse lado. Sei disso: mas, como eu faço pra passar?
Falei isso, esperando que ele se tocasse e me desse espaço para que eu finalmente chegasse à porta.
Mas, por incrível que pareça, ele continuou parado e disse:
moço, me desculpe, mas eu não tenho ideia de como posso te ajudar.

Respirei fundo, enquanto mentalmente xingava: Porra! Puta que pariu! Mas não é óbvio? Kkkkkkk.
Gente. que lógica possível fazia o sujeito não entender que precisava sair da frente pra eu passar? Me digam.
E, pra fechar com chave de ouro, vem a pior dos últimos tempos:
Ontem vinha para o trabalho e parei em uma das esquinas que precisava atravessar.
Vem um cara e pergunta:
quer ajuda para atravessar?
Sim, por favor.
De repente, o cara, querendo puxar papo me diz:
É difícil, né moço? deveriam colocar uns sinais luminosos aqui!.
em?...... Como?... sinais luminosos?
Mas será que os semáforos já não são?
Ou será que ele quis dizer sonoros?
Ou, pior ainda, será que ele já não tava enxergando a cor do semáforo e precisava de uma luminosidade melhor pra conseguir atravessar?
´se a resposta correta foi o último caso, olha o risco que eu corri.
Sinceramente, espero que ele tenha apenas se confundido, porque é possível que eu precise da ajuda dele de novo.
Kkkkkkk.
Olha, depois dessa, acho melhor encerrar a postagem.
Como de tudo na vida se pode extrair algo, só cheguei a uma conclusão.
Se bizarrice tem limite, eu ainda não descobri qual é.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Migrei para o Snapchat


Faaaaaaaaala galera!

Sei que estou sumido do blog.

A verdade é que manter uma regularidade nas postagens ficou difícil.

Primeiro, porque hoje minha vida está corrida. É fretado de Santos para São Paulo, ida e volta, além do que, quando chego em casa e finalmente estou com a minha esposa e filhos.... Fala sério! Tenho coisas mais importantes e interessantes para fazer do que postar em um blog, né? kkkkkkkkk.

Além disso, tem outra questão.

assim como todo mundo, praticamente não uso mais o computador, exceto para trabalho e tudo que faço é através do celular.

e convenhamos:

Digitar textos grandes no celular é um saco!

Mas, penso que ainda falta muita informação sobre os cegos, sobre como ajudar e, as histórias do Cotidiano Cego devem sim continuar sendo compartilhadas.

Por isso, resolvi então, entrar no snapchat.

Lá todo mundo pode seguir, ver algumas situações que passo e acompanhar meu cotidiano.

Afinal, em vídeos de 10 segundos eu consigo contar uma história em poucos minutos, enquanto digitar no celular.....

Sigam o @cariocacego.

Já sei. Os cegos vão reclamar que o Snapchat não é acessível, que é complicado..... Relaxa! Eu também reclamo disso!

Por isso, segue abaixo um tutorial de como um cego pode utilizar o Snapchat com leitor de telas.

Vou citar a forma que uso com o Voiceover no IOS.

e no Android?

No Android eu peço que alguém por favor nos explique, porque eu não sei. Cito a maneira do IOS porque é a que uso.

O formulário de cadastro é bem acessível e não vou me adentrar nele.

O problema é usar.

Quando abrimos o Snapchat, entramos direto na câmera.

Não tem como sair de lá com o Voiceover ligado.

Essa tela tem os seguintes botões:

Um no canto inferior direito para que você saia da tela da câmera e acesse o local onde poderá assistir aos Snaps de quem você cegue, um campo de busca para você buscar alguém para seguir e eu sugiro fortemente que você busque o cariocacego por lá, além de outras opções.

Se você der dois toques no meio da tela, alterna entre a câmera frontal e a traseira.

Quando abrimos o Snapchat ele abre por padrão a traseira.

No canto inferior da tela, porém mais para o meio, está o botão da câmera, onde se você tocar, tira foto e se tocar e mantiver pressionado, grava vídeo e aí você solta quando terminar de gravar.

como assistir aos snaps de quem sigo?

entre no aplicativo, desative o voiceover, dê um toque no canto inferior direito e em seguida, ao reativar o Voiceover, pode navegar normalmente pela tela.

Basta dar dois toques no primeiro nome de quem postou atualizações e ele vai começar a reproduzir, em ordem, os vídeos não só desta pessoa, como das demais.

Adicionar alguém.

Nessa tela que aparece depois que você tocou lá no canto inferior direito, tem um campo de busca. Basta digitar ali o nome de usuário e essa tela é bastante intuitiva, com o botão adicionar depois do resultado encontrado.

Existem outras funcionalidades que podem ser exploradas mudando de página, varrendo com 3 dedos da esquerda para a direita e da direita para esquerda, mas não vou me atentar a isso agora.

Como postar no Snapchat?

Entre no aplicativo e não esqueça que ele vai abrir utilizando a câmera traseira.

Desligue o voiceover e, caso queira mudar a câmera, dê dois toques no centro da tela.

depois, no canto inferior central da tela, toque se quiser tirar foto, ou no caso de vídeo, mantenha pressionado enquanto grava e solte quando terminar.

Os vídeos não podem ter mais de 10 segundos.

quando você soltar, vai ficar ouvindo o que você falou.

toque no canto inferior direito da tela.

se o vídeo cilenciar, deu certo.

Ative o Voiceover.

Nesse momento, estará numa tela onde poderá selecionar para quem quer enviar o que gravou ou fotografou.

Se quiser publicar na sua linha do tempo, dê dois toques em minha história.

Depois, desative o Voiceover e toque no canto inferior direito novamente.

Como saber se deu certo?

Se quando você abrir a tela aparecer minha história novamente, você errou. Agora, se aparecer: Minha história, agora há pouco ou há poucos instantes, você conseguiu enviar.

Lógico que tu vai ligar o Voiceover para ver o resultado.

Se quiser enviar para alguém em privado, siga os mesmos passos, porém, em vez de selecionar minha história lá no campo de para quem enviar, escolha a pessoa.

Parece complicado, mas dá pra pegar o jeito.

Certamente, seria melhor que os desenvolvedores do snapchat o tornassem acessível. Mas, é o que tem pra hoje.

sábado, 4 de julho de 2015

EM FIM, CASADO!

Faaaaaaaaala galera!

Em fim, de volta ao blog.

Desta vez, vim contar sobre a mais nova novela, digna do interesse dos
maiores autores. "Meu Casamento.

Tudo começou com a primeira ida no cartório. Lá, descobri que cometia
um crime desde que nasci. Ser cego. Afinal, se isso não fosse um
crime, por que me exigiram uma testemunha a mais?

Marquei nova data e voltamos com as duas testemunhas, e mais aquela
que assinaria o meu crime da cegueira. kkkkk.

Depois de mais ou menos duas horas de espera, não aceitaram a
assinatura da testemunha,só porque ela cometeu o mesmo crime. Também
era cega.

Saímos do cartório.

Na porta, um caso de polícia.

Calma! Eu e a testemunha não fomos presos por sermos cegos. kkk.

Simplesmente, o camarada foi acompanhado de uma cadela guia e, ao
pegar um táxi, o motorista cismou que não ia levar.

Chamamos a polícia, aguardamos a viatura depois de um verdadeiro barraco.

Aí, fui correr à trás de testemunhas que o cartório aceitasse.

Na terceira ida ao cartório, uma das testemunhas, quase faz com que
não conseguíssemos marcar a data mais uma vez.

Chegou Faltando um minuto para o fechamento do cartório.

Enquanto a papelada era preenchida, mais um barraco.

Um casal, que chegou ao cartório para fazer o mesmo que já estávamos
tentando pela terceira vez, começa a bater boca com o escrivão, porque
não daria tempo de serem atendidos.

Detalhe: a testemunha atrasou porque precisou ser chamada de última
hora, pois a pessoa que levei, asinou, mas o cartório não aceitou o
RG, pois a foto era de quando o sujeito era criança.

Aí eu me pergunto: Visto que o sujeito hoje tem 29 anos, será que não
teve tempo dew trocar a merda do RG?

Na hora de chamar a testemunha que se atrasou, minha esposa procura o
celular dela e....... Cadê?

Sim. ela perdeu o celular. kkkkk.

Ligamos do meu e o celular dela até hoje está num lugar incerto ew não sabido.

E mais um detalhe. Esperamos chamar um casal de amigos que veio às
preças. convivemos com a pressão do escrivão, que nos informou que só
poderia marcar a data, caso a testemunha chegasse em até 5 minutos.
Ela chegou faltando 1, como citei acima.

Depois de tudo isso, até que em fim marcamos a data.

Calma. Até agora foi só metade da novela...

Nos foi entregue um papel a ser preenchido e entregue no cartório.

Fui entregar e, ao chegar lá, a assinatura do mesmo cidadão que não
trocou o RG, não foi aceita.

Ligo para um amigo, novamente às preças, para pegar a cópia dos
documentos para que ele pudesse substituir a criança adulta.

Na véspera do casamento, combinamos de dormir em São Paulo na casa de
um amigo, para que nada desse errado.

Ledo engano.

O ônibus no qual minha esposa estava quebrou e ficou horas na estrada.

No dia 9 de maio, finalmente fomos celebrar o casamento.

Quando o Juiz falou:

"Senhorita"...... Ela já disse: Sim, Sim, Sim, Sim. kkkkkk.

Afinal, estávamos em maio, quando essa nevela na verdade, começou em
fevereiro. kkkkk.

E finalmente, nos casamos.

Na próxima postagem, contarei a novela da mudança.,