O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

CEGOS E REDES SOCIAIS

Faaaaaaaaaala galera!

Estava com os dedos coçando para escrever aqui no blog. No entanto,
não conseguia achar sobre o que postar.

Ontem, ao ver uma postagem de um amigo no Facebook, achei legal
mostrar um pouco da nossa interação com redes sociais.

Antes do tema propriamente dito, vou indicar uma música a qual gosto
bastante. Essa versão ficou show!

http://www.youtube.com/watch?v=qrPexqOR_T8

As redes sociais hoje são responsáveis por grande parte do tráfego na Internet.

começamos com o Orkut. Depois veio Facebook, Twitter, Foursqware,
Instagram, O Whatsapp que virou modinha, além de outras pouco
conhecidas.

Em algumas dessas, a publicação de imagens é praticamente predominante.

E aí? como um cego pode interagir de forma inclusiva nessas redes?

vou mostrar um pouco da minha experiência.

Quem assistiu à reportagem no programa Mais Você, que me deu inclusive
15 minutos de fama, viu como cego utiliza o computador.

Se você ainda não viu, segue o link:

http://www.youtube.com/watch?v=yejLa778GSs

Muitos leitores cegos já viram a reportagem.

Po, André. Tá de sacanagem? Os cegos viram?

to não.

É só pra lembrar algo que já disse aqui.

Não se usa substituição de termos com a pessoa cega.

Muitas pessoas, ao utilizar frases como:

"você viu o filme ontem?";
"Assistiu ao jogo?';
"amanhã a gente se vê."
"A quanto tempo a gente não se vê!", ao se depararem com um cego,
ficam procurando termos substitutivos, como se utilizar as palavras
ver, assistir, etc., fosse um pecado capital.

Isso é errado!

Se no contexto estas palavras são comumente utilizadas, não devem ser
substituídas só porque a pessoa é cega.

vamos agora ao tema propriamente dito.

vou começar pelo Facebook.

Minhas fotos.

quando a pessoa que tirou uma foto na qual estou presente está no meu
Facebook, costumo utilizar um método bem simples:

Ela posta a foto e me marca, colocando uma descrição em texto na
postagem que me permita saber que foto foi aquela e em que momento foi
tirada.

assim, consigo curtir, comentar, ou seja: Interagir sem qualquer problema.

Já nos casos onde quem tirou a foto não está no meu Facebook, se foi
feito no meu celular, renomeio o arquivo com a foto com uma descrição
que me permita saber do que se trata. Exemplo: "André na garupa da
moto.jpg".

se não foi tirada no meu celular, peço para que a pessoa renomeie e me envie.

As vezes isso é necessário em viagens que faço sozinho e preciso pedir
a alguém do local para tirar a foto, seja um guia turístico, ou
pessoa que esteja me auxiliando no momento.

Fotos de outras pessoas.

Primeiramente leio os comentários. Muitas vezes eles já são
suficientes para compreensão do que se trata aquela imagem.

Se mesmo assim eu não entender e, algo me despertar curiosidade sobre
tal foto, posto um comentário perguntando do que se trata, ou pedindo
descrição.

Quanto aos vídeos, por normalmente eles também acompanharem sons,
normalmente não tenho problemas em compreendê-los.

Mas, caso haja dúvida quanto à cenas mudas, uso a mesma técnica das fotos.

Foursqware.

Essa rede não requer interação visual. Basta localizar o lugar onde
está e fazer o checkin.

Twitter.

Pela característica da rede, caso alguém resolva postar alguma foto, é
quase impossível saber do que se trata. No entanto, imagens não são
muito comuns por lá, pelo menos nos perfis que eu sigo.

Instagram então é impossível, certo?

Errado.

Existem cegos que se arriscam a fotografar.

O leitor de telas nativo do Iphone chamado Voiceover, tem um recurso o
qual, quando apontamos a câmera para alguém, ele fala coisas como:

"Pequeno rosto ao centro"

"Pequeno rosto à esquerda.'

assim, o cego tem uma noção do que está focalizando.

Além disso, pela voz de alguém, dá pra saber mais ou menos para onde apontar.

Eu, honestamente, sou péssimo nisso.

Nem quando usava Iphone esse recurso não conseguia me ajudar tanto. rs.

Quando muito consigo fotografar algum objeto para enviar a algum
aplicativo de reconhecimento de objetos e, mesmo assim, as vezes tenho
de tirar umas 3 fotos até sair algo que preste. rsrsrs.

Esse tipo de aplicativo e até pessoas online já me quebraram um galho
em horas nas quais preciso diferenciar objetos aparentemente iguais.

Exemplo: chegaram minhas compras de mercado e preciso saber quais
latas são de cerveja e quais são de suco.

Aí, normalmente fotografo a lata e mando ao aplicativo.

quando ele só diz ser uma lata mas não identifica pelo código de
barras do que, aí vai o olho de quem está online. rsrsrs.

A primeira vez que testei esse tipo de aplicativo, apontei para a
camiseta que vestiria.

Primeira foto, nada.

Segunda, nada.

Terceira, nada.

Eu já achando:

Esse aplicativo não presta! Não é possível! Estou apontando na direção
da camiseta.

Já tinha desistido, quando lembrei de um pequeno detalhe: havia
esquecido de acender a luz. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

depois de resolver esse pequeno detalhe, ao tirar a foto ele falou:
"yellow T Shirt. Aí sim! Funcionou!

eu não estou no Instagram, porque muito provavelmente não vou
conseguir tirar lá grandes fotos. Mas acredito ter algum cego por lá.

Internacionalmente conhecida, temos a fotógrafa Amy Hildebrand, que nasceu cega.

Parece que ela conseguiu ver algumas cores após certa altura, mas, em
fim... Sei lá.

Bom. Eu já prefiro ter meu guarda-roupas onde todas as peças se
combinam. Assim não tenho que me preocupar com cores. rsrsrsrs.

Esse foi um apanhado geral das minhas experiências com redes sociais.

amanhã, até por ser sexta, falarei sobre minhas experiências quando
usava frequentemente sites de paquera.

Curioso? Curiosa? Volte ao blog amanhã. Rs.

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