O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

quinta-feira, 22 de março de 2012

Paquera

Faaaaaaaaala galera!

Hoje, estou seguindo uma sugestão que recebi por e-mail, que era de eu falar um pouco como funcionam as paqueras nas baladas, como eu me porto e quais técnicas costumo usar para suprir a falta da visão.

Bom. Eu creio que isso foi coisa de cego que está querendo uma consultoria, mas.. kkkkkkk.


Então galera. Sugestões ou alguma coisa que vocês queiram perguntar, mesmo curiosidades, podem fazê-lo pelo e-mail andre.carioca@gmail.com, ou pelo Twitter andrecarioca200.

Numa balada há algum tempo atrás.

Bom. Por não estar vendo, lógico que as primeiras coisas que me atraem numa mulher são outras.

Então, alguém pode me parecer interessante por eu ouvir conversando com outra pessoa e me parecer simpática, aliado ou não com o perfume e as vezes, até mesmo um esbarrão.

É... Porque assim eu consigo sentir muita coisa que eu não vi. kkkkk.

Então. a primeira coisa se eu percebi algo que me interessou é tentar me aproximar.

Inclusive aconteceu algo numa balada que eu fui. rsrsrsrsrs.

Bom. Tinha uma menina que parecia bem simpática e estava conversando num grupo.

Minha primeira atitude foi a seguinte:

como sei que as pessoas que enxergam normalmente respondem à olhares, comecei a olhar, mesmo sem ver, na direção dela.

O objetivo era que ela notasse de alguma forma que eu o estava fazendo, mesmo correndo o risco de acharem que eu não sou cego. kkkk.

E eu me baseava pela direção da voz.

Aliás gente, como todos tem o hábito de olhar pra pessoa quando conversam, é interessante que o cego, quando criança já seja orientado pela família a ter esse hábito, para não ficar muito diferente. rs.

Bom. Então.

Agora o segundo passo e o mais difícil.

Saber se a menina estava acompanhada ou não.

E agora.

comecei a prestar atenção nas conversas, dançando como antes pra não dar muito na telha a fim de descobrir.

Até que eu, na dúvida, pensei:

Vou me aproximar e solicitar algum tipo de ajuda. Assim talvez, já haja alguma forma de puxar conversa.

Eis que me aproximo e, olhando pra ela, cumprimento. Oi, boa noite!

Eis que, um cara me aparece do lado e responde: Boa noite! Você tá precisando de alguma ajuda? kkkkkkkkkkkkkkkkk. kkkkkkk.

aí eu, tranquilamente respondo: Sim. preciso sair da pista e ir ao bar buscar uma cerveja.

Pode deixar que eu te ajudo. rs.

Bom. Fui conversando com ele e legal. achei muito bacana a mente aberta do cara.

Logicamente ele percebeu o que acontecia, mas sabia ao mesmo tempo que eu não tinha conhecimento se ela estava ou não acompanhada e, arrumou uma forma bem discreta e inteligente de tirar minha dúvida. kkkkkkkkkkk.

Uma outra técnica que também já usei algumas vezes é a tecnologia bluetooth do celular.

Em alguns casos as pessoas ficam com o bluetooth ligado e, em outros, o dispositivo permite que você mande alguma mensagem.

Como a tecnologia bluetooth não vai tão longe, você sabe que as pessoas estão naquele local.

Eu contava com 3 fatores:

1. Achar algum nome feminino no dispositivo.

2. O dispositivo da pessoa estar apto a receber mensagens.

3. Ela me responder.

Se as 3 coisas dessem certo, veria pela simpatia da pessoa e depois convidava para conversar mais de perto e aqueles lances né? convidar para me acompanhar na cerveja e tal... rs.

Tá bom. Nunca arrumei nada assim. Rs. Mas certamente fiz amizade com pessoas que talvez já tivessem me visto ali, mas pelo receio de abordar, não tinham se aproximado até então. rs.

2 comentários:

Laís disse...

Olá! Ri muito com a história do bluetooth, muito criativa a técnica! Nunca tinha pensado nisso.

Gosto muito das postagens, elas ajudam a esclarecer um pouco desse nosso cotidiano cego (sou cega também, por isso me identifico com muita coisa). Um abraço!

Rogério júnior Guimarães rabelo disse...

Esse andré inventaa cada uma kkkkk