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quarta-feira, 22 de maio de 2013

MAIS UM EPISÓDIO LAMENTÁVEL



Faaaaaaaaaala galera!

O fato que infelizmente vou precisar postar aqui e ainda comentar, me faz lembrar uma música de Gabriel O Pensador, que diz:

“Até quando você vai ficar levando, porrada porrada, até quando vai ser saco de pancada?”

Até quando a gente vai ficar levando porrada e passando por esse tipo de situação?

Vai aí o link da música:


Colo abaixo a reportagem do G1, com meus comentários sempre entre *** como de costume. Primeiro, o link original para a reportagem com suas devidas fotos.


22/05/2013 12h49 - Atualizado em 22/05/2013 13h20
Azul barra deficientes visuais em voo para MG e Anac pede explicações
Grupo que embarcaria em Ribeirão alega que foi impedido por comandante.
'Nunca me senti tão humilhado', diz deficiente sobre episódio no Leite Lopes.
Eduardo Guidini
Do G1 Ribeirão e Franca
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1 comentário
Deficientes visuais foram impedidos de embarcar em avião da Azul (Foto: Reprodução/ EPTV)
Deficientes visuais foram impedidos de embarcar em avião da Azul (Foto: Josinaldo Rodrigues/ EPTV)
A Azul Linhas Aéreas terá de explicar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o motivo do impedimento do embarque de três deficientes visuais em um voo que saiu do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto (SP), com destino a Belo Horizonte (MG), no domingo (19).
Segundo os passageiros, o comandante do voo barrou o embarque, alegando que só poderia transportar um deficiente na aeronave. Os três dizem ter passado pela situação 'mais constrangedora de toda a vida' e pretendem entrar na Justiça contra a companhia nos próximos dias.
Procurada pelo G1, a Azul informou que lamenta o ocorrido e está à disposição para responder qualquer questionamento da Anac.
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Proibição
Segundo o analista de sistemas Crisolon Terto Vilas Boas, de 54 anos, o problema começou quando o grupo formado por ele e outros três deficientes visuais, que havia participado de um campeonato de xadrez em Altinópolis (SP) no fim de semana, estava na sala de embarque do aeroporto em Ribeirão. "Nós fizemos o check-in normalmente e entramos na sala. Quando o embarque abriu, ficamos em pé na fila especial por 40 minutos e percebemos que havia algo errado", lembra.
De acordo com Vilas Boas, após quase uma hora de espera, uma funcionária da Azul se aproximou para explicar a situação ao grupo. "Uma funcionária da empresa nos informou que o comandante disse que só poderia embarcar um [deficiente] por voo, pois três cegos em um avião ‘poderia ser perigoso’. Em seguida, um gerente da Azul que isso não é norma da empresa e que o comandante havia inventado issoda própria cabeça", diz.
A assistente de vendas Priscila Melo Cândido, de 21 anos, que fazia parte do grupo relembra o episódio com mágoa. "Nunca passei tanta vergonha na minha vida. Foi algo muito constrangedor", descreve a jovem. Segundo ela, diante da determinação do comandante, apenas um dos deficientes conseguiu embarcar no voo marcado. "Outro amigo nosso tinha conexão em Belo Horizonte e acabou embarcando em meio a esse problema todo para não perder o voo em Minas Gerais", afirma. A aeronave decolou às 18h.

*** O desrespeito por parte da Azul Linhas Aéreas já começa aí.

40 minutos em pé na fila especial sem saberem porque. Ninguém da empresa dava sequer uma satisfação.

Imagina 3 pessoas cegas ouvindo as chamadas para seu embarque, esperando numa fila sem embarcar e sem, ao menos saber o que acontece. ***.

***.

Sem conseguir pegar o avião, Priscila, Vilas Boas e o oficial geral Davi de Souza Lopes, de 36 anos, remarcaram as passagens pela mesma companhia aérea. Eles seguiram por conta própria para um hotel em Ribeirão Preto. Os três só conseguiram voltar para Minas Gerais na segunda-feira (20) e em três voos diferentes.

*** Opa. Dois aí eu conheço. Crisolon e Davi Lopes. ***.
***.

***.

*** Eu li direito? Foram para um hotel por conta própria?

A azul além de fazer passar por todo o constrangimento ainda deixou eles à Deus Dará?

***

Crisolon Terto Vilas Boas diz que o grupo vai entrar na Justiça (Foto: Gerson Peres Batista/ Arquivo Pessoal)
Vilas Boas diz que o grupo vai entrar na Justiça
(Foto: Gerson Peres Batista/ Arquivo Pessoal)
Ação
Ao G1, o grupo afirmou que pretende entrar na Justiça contra a Azul nos próximos dias com uma ação por danos morais. Até o momento, eles dizem não ter recebido nenhum posicionamento oficial da empresa sobre o episódio. "Pratico xadrez há 30 anos e já viajei para mais de 28 países por causa do esporte. Nunca passei por isso em nenhum lugar. Já havia viajado em grupos de cegos, inclusive pela Azul, e nunca aconteceu isso", conta Vilas Boas.

*** entrar com uma ação já! É isso que vocês tem que fazer mesmo.

***.
Priscila disse que não pretende mais viajar pela empresa. "Eu considerava a Azul a empresa que melhor cuidava dos deficientes, sempre foram muito prestativos. No dia que esse caso aconteceu, eu havia elogiado a empresa aos meus amigos falando justamente isso. Por causa disso, acho que a decepção foi maior ainda", conclui.

*** Realmente, também nunca tive problemas com o atendimento da azul, embora eles não me passassem segurança as vezes e darem a impressão de que podiam me esquecer ali. Mas depois que entendi melhor os procedimentos da empresa, fiquei menos temeroso.

Mas uma coisa te digo:

Discordo totalmente de você.

Temos é que viajar pela empresa sim e cabe a ela aprender a nos respeitar.

Se deixarmos de utilizar os serviços aos quais temos direito por causa dessas atitudes, de certa forma as prestadoras vão encarar isso como se livrar do problema.

Então, se pagamos passagem como qualquer pessoa, temos sim que exigir atendimento com qualidade.

***.

Esclarecimentos
Em nota, a assessoria da Agência Nacional de Aviação Civil informou que pediu esclarecimentos sobre o caso à Azul Linhas Aéreas.  Segundo a agência, o transporte aéreo de passageiros que necessitam de assistência especial é tratado pela Resolução nº 09/2007. "As empresas não podem limitar o número de portadores de deficiência que possam se movimentar sem ajuda ou que estejam acompanhadas", diz a nota.
Entretanto, a Anac afirmou que “a mesma resolução prevê que o número de passageiros sem capacidade de se locomover sozinhos e que estejam desacompanhados não pode exceder 50% do número de tripulantes da cabine, visando à segurança em casos de necessidade evacuação".
Segundo a agência, a resolução está em revisão e uma nova norma sobre acessibilidade será editada ainda este ano com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento prestado aos passageiros com necessidade de assistência especial.

*** que a ANAC exija sim explicações.

Se existe algo positivo nisso tudo é a ANAC querer realmente investigar o caso para tomar as providências cabíveis e para que isso não se repita.

Segue agora a explicação cara de pau da azul Linhas Aéreas:

Azul
Em nota, a assessoria de imprensa da Azul informou que ainda não foi notificada pela Anac, mas disse que a empresa está a disposição para qualquer esclarecimento sobre o caso. A companhia informou também que o problema foi causado porque os passageiros não se identificaram como deficientes visuais no momento da compra dos bilhetes.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Azul.
Sobre o caso de Ribeirão Preto, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras reforça novamente que lamenta o ocorrido e informa que em nenhum momento teve a intenção de causar qualquer constrangimento aos clientes que não puderam embarcar no voo para Belo Horizonte na noite de domingo (19/05).  A atitude da companhia teve por objetivo somente, e tão somente, seguir um procedimento que visa à segurança de voo e cumprir com a legislação vigente.

*** Cumprir com a legislação vigente?

Se a própria ANAC diz que o número de pessoas com deficiência ou que precisam de algum auxílio não pode ser limitado, com base em uma lei...... Tá bom.... Segue o texto.

***.

Tal procedimento está em linha com a Resolução nº 9/2007 da Anac, a qual prevê que o número de passageiros sem capacidade de se locomover sozinhos e que estejam desacompanhados não pode exceder 50% do número de comissários a bordo. A Resolução visa à segurança dos clientes em caso de evacuação, sendo aplicável às pessoas com deficiência visual, uma vez que todo procedimento é realizado por meio de sinais luminosos. Logo, para preservar a segurança, é necessário o acompanhamento de um comissário para auxiliá-las na eventualidade citada.

*** ahahahahah. Então o erro não é a sinalização ser apenas visual e sim os cegos viajarem em grupo para algum lugar?

Ridículo isso.

***

Dessa forma, considerando que os clientes em questão não haviam se identificado como deficientes visuais no momento da compra – sendo este fato apenas constatado apenas no embarque – a Azul, em cumprimento da legislação aeronáutica, embarcou apenas um dos quatro Clientes que estavam previstos para o voo 4273 do último domingo (19/05) – com origem em Ribeirão Preto e destino Belo Horizonte-Confins –  uma vez que a aeronave continha dois comissários.

*** O pessoal da Azul andou matando as aulas de Matemática.

Se pela legislação o número de pessoas não pode exceder à 50% da tripulação e haviam 2 comissários, então nesse caso deveria haver o embarque de 2 cegos, para que pudesse então, cumprindo a legislação vigente, não ultrapassar o valor estabelecido.

***.

Por ter tido ciência da condição dos clientes pouco antes do embarque, a companhia não teve tempo hábil para providenciar comissários extras para acompanhar a todos, tendo que optar por reacomodar três deles em um hotel da cidade e remarcar suas viagens para o dia seguinte (20/05), sem quaisquer custos, em voos consecutivos. Em todo momento, a Azul prestou auxílio e buscou deixá-los o mais confortável possível, seguindo a Resolução nº 141 da Anac.

*** Nossa! Que conforto! 40 minutos aguardando um embarque que devia estar sendo chamado o tempo todo, sem saberem o que acontecia.

Melhor que isso, só embarcando pendurado na asa da aeronave.

***.

A Azul esclarece ainda que, os clientes envolvidos no caso, não viajaram juntos com a empresa no mesmo voo no que se refere à etapa anterior (Belo Horizonte – Ribeirão Preto). A companhia transportou apenas um dos quatro citados no dia 17/05 no voo que fez o trecho Belo Horizonte – Campinas – Ribeirão Preto. Portanto, de acordo com a norma.

Diante dessa situação, a Azul está tomando as medidas necessárias para que o procedimento em questão fique mais claro em seus canais de venda, de modo a atender seus clientes da melhor maneira possível, por meio de um serviço personalizado, com qualidade e principalmente segurança.

*** Gente. Isso é o cúmulo!

Esse trecho é inacreditável.

A empresa deixa bem claro que o procedimento é esse e o máximo que se dispõe a fazer e deixar tamanho absurdo mais claro nos canais de atendimento.

Eu só tenho algumas perguntas:

1.       Será que a azul se preocupou pelo menos em embarca-los em horários de forma a não prejudica-los, caso tivessem algum compromisso profissional no dia seguinte?
Será que, conseguiram cumprir sua jornada de trabalho normalmente?

Ou será que a Azul Linhas aéreas partiu do princípio de que por serem cegos, são desocupados e ela poderia embarcar no horário em que bem entendesse?

2.       Se um casal de cegos está viajando em lua de mel, caso só haja 2 comissários, terão que fazer sua tão sonhada viagem em voos separados?
Ah tá. Provavelmente a cabeça deles é igual àquela parte da sociedade que acha: Cego não casa, não transa, não trabalha.....

Simplesmente, lamentável.


4 comentários:

Adriana disse...

Essa da Azul foi terrível!!!! Agora sobrou um tempinho para ler outros posts do seu blog. Legal demais!!!! Sou a Adriana namorada do seu amigo Daniel. Nos conhecemos no almoço de aniversário dele. Já tinha gostado do seu blog. Depois que te conheci, virei fã de vez! O que acha de me dar uma 'entrevista'. Escrevo lá na Saci e sua história é muito legal. A forma como escreve é muito gostosa de ler e fica divertidíssima. Bj, Adriana Lage

Adriana disse...

Essa da Azul foi terrível!!!! Agora sobrou um tempinho para ler outros posts do seu blog. Legal demais!!!! Sou a Adriana namorada do seu amigo Daniel. Nos conhecemos no almoço de aniversário dele. Já tinha gostado do seu blog. Depois que te conheci, virei fã de vez! O que acha de me dar uma 'entrevista'. Escrevo lá na Saci e sua história é muito legal. A forma como escreve é muito gostosa de ler e fica divertidíssima. Bj, Adriana Lage. PS: depois vc me dá algum email de contato?

André Carioca disse...

Olá Adriana!

Também adorei te conhecer.

Topo dar a entrevista sim.

Qualquer coisa me escreva.

andre.carioca@gmail.com

Unknown disse...

Olá, André. Estava pesquisando sobre a repercussão deste caso e vim parar aqui no seu blog. Gostei muito das suas narrativas! Continue a nos brindar com seus textos, que são uma delícia de ler! Já pensou em escrever um livro?

A propósito, eu sou o advogado dos passageiros que sofreram este constrangimento perante a Azul Linhas Aéreas. Entramos com quatro ações na justiça de MG e já obtivemos duas vitórias. Uma terceira já houve decisão favorável em primeira instância e aguarda o julgamento do recurso pelo Tribunal, e outro aguardamos a prolação da sentença.

Se tiver interesse, posso disponibilizar por e-mail as sentenças e o acórdão, para você ler! Abraços.