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quinta-feira, 8 de março de 2012

Relacionamentos, Internet e onde o cego entra nisso.

Faaaaaaaaala galera!

To aqui com mais uma postagem.

antigamente, as possibilidades de conhecer aquela pessoa com a qual se iniciou ou inicia um relacionamento eram bares, festas, baladas, ETC.

De uns tempos para cá, a Internet, antes com seus chats, hoje com as redes sociais e afins, acabou se tornando mais uma opção.

Tenho certeza que uma parte dos meus leitores, não sei precisar o tamanho dela, já viveu ou vive um relacionamento no qual o primeiro contato com seu parceiro ou parceira foi através da Internet.

Talvez, vocês morassem até em cidades diferentes no primeiro contato, ou ainda quem sabe ainda estão nessa situação?

Não estou falando de relacionamentos virtuais e sim de relacionamentos reais onde o primeiro contato foi pela Internet.

Sim, tem diferença.

O relacionamento real é aquele onde as pessoas tiveram o contato, se conheceram e vivem-o de forma real, mesmo que à distância.

O relacionamento virtual é aquele onde as pessoas começam a se relacionar virtualment, sem sequer se conhecerem ainda.

Bom. Algumas pessoas optam por agir desta forma.

uma vez que não entendo direito como isso se dar e, por ser uma pessoa que acho importante a presença, o toque, etc, prefiro não discutir esse último.

Falarei então dos relacionamentos reais mesmo.

sim. Já vivi essa experiência algumas vezes.

alguns falam de perigo.

Bom....... até há. Mas....

Alguns alegam que é perigoso, devido ao fato de você não conhecer a pessoa com quem está teclando, não sabe quem é.

Bom. Aquele carinha ou aquela mina que você acabou de ver na balada e trocou olhares você também não sabe quem é ainda.

então, convenhamos que o risco é o mesmo. rsrsrs.

Mas, onde o cego entra nisso?

conheço vários que conheceram seus companheiros ou companheiras, sejam também cegos ou não, através da Internet.

Vide um casal do rio que já está junto há mais de 10 anos, em fim..... Se eu for citar todos eu vou acabar esquecendo de algum e.... rsrsrs.

bom. A Internet acaba dando ao cego uma oportunidade que o real muitas vezes não dá. A oportunidade do flerte.

fica muito mais fácil fazer uma abordagem, escolhendo quem será a pessoa abordada, até porque para isso não é necessária a troca de olhares.

Quando falo em abordagem, não é só no sentido de paquera.

De repente você está fazendo parte de um fórum ou grupo no qual aquela pessoa posta coisas que você curte e você a aborda para que pudesse conhecê-la melhor, bater papo.

Ali não há a desvantagem que está presente muitas vezes em baladas, bares.

Primeiro. Se a pessoa te olhou você não viu. kkkkkkkkkk.

Segundo. Talvez as primeiras impressões não sejam boas.

E não é querer falar de preconceito pela pessoa ser cega e tal. até porque, não critico firmemente o receio que as pessoas tem no primeiro momento.

Já sei.... Vou levar paulada já já..... kkkkk.

Gente. Vamos ser bem sinceros.

Quem não tem preconceito ou uma primeira impressão formada, muitas vezes errada, com o que não conhece?

Quem, ao ver um grupo de pivetes na rua, no lugar onde vai passar, não desvia o caminho?

Ninguém espera para ver se vai ser assaltado ou não, até porque alguns deles realmente agem dessa forma.

e isso tem suas várias vertentes.

Então. Infelizmente, temos o péssimo hábito de julgar e ter preconceito com o que não conhecemos e se fazemos isso, jamais podemos criticar alguém que tenha uma primeira impressão errada de uma pessoa cega.

Lógico. sempre teremos aqueles que querem conhecer e aqueles que pretendem manter a impressão. e aqueles que querem conhecer, mas não sabem como abordar.

E não adianta eu falar aqui trocentas vezes que pode ser feita uma abordagem totalmente natural. Na prática, diante da situação a pessoa pode continuar com o receio.

Mais dois casos de situação onde temos algum tipo de preconceito.

certa vez conheci um cara através de alguns amigos. O primeiro contato foi via Internet. achei ele uma mala. kkkkk.

quando ele visitou o Rio e foi na casa desses amigos e eu pude finalmente conhecê-lo, vi que o cidadão é super gente boa! Olha o preconceito com o que a gente não conhece. kkkk.

Uma amiga esses dias me confessou que a primeira vez que.... Putz agora to na dúvida.

Se ela fosse cega, eu diria que ela confessou que a primeira vez que ela não me viu, me achou mala.

Se ela enxergasse, diria que ela confessou ter me achado mala na primeira vez que me viu.

Mas como ela é baixa visão, e agora? eu não sei se ela me viu ou não! kkkkkkkkkk.

Então vou tentar. Bom. ela me achou mala na primeira vez que talvez tenha me visto. kkkkkkkkkkkkkkkkk.

Mas em fim. acabamos nos encontrando via Internet sem querer e depois ela descobriu quem eu era e eu da mesma forma e aí descobrimos que a impressão que um tinha do outro era totalmente errada.

Então a Internet quebra um pouco essa barreira para que o cego possa se fazer conhecer.

É. Eu particularmente não sou muito de ficar escondendo que sou cego, até porque não tem motivo para. Mas também já não vou me apresentar dizendo: Oi, sou cego. kkkkkk. Fica estranho, né?

então, fica mais fácil para que a pessoa possa compreender que ser cego é simplesmente, não enxergar. kkkkk.

Claro. Com algumas limitações que esse fato possa trazer, que são descobertas aos poucos.

Aliás essa questão de limitação para uma pessoa cega também é algo relativo.

Eu posso ter uma limitação que outra pessoa cega não tenha e vice-versa e isso, no caso de um casal onde ambos são cegos, acaba se tornando mais uma fase de aprendizado. Saber que existem as limitações por fatores visuais de ambos, como ajuda para atravessar uma rua... Bom eu falo essa porque é a mais comum..... kkkkkkk.

Vou citar mais um exemplo.

Rua.

Se me explicarem uma vez um caminho para chegar em determinado lugar, consigo mapeá-lo rapidamente e fazer na próxima vez quase sem erro ou sem erro. Inclusive saber a hora de desembarcar da condução.

Agora, dentro de uma casa, dependendo do tamanho e do nível de informação necesária, eu demoro mais a assimilar o mapa da casa...

Ou seja: me locomovo melhor em ambiente externo. Em internos, como casas, apartamentos, ETC, pode ser que eu tire a paciência de quem me mostrou porque vou me perder algumas vezes antes de aprender. Mas aí, na base da tentativa e erro vai.

Tenho um amigo cego que é exatamente o contrário.
Demora para assimilar ambientes externos, mas em interno ele é show de bola.

E muitas vezes a gente já se ajudou com isso... Rs.

em fim:

costumo dizer que a Internet, se bem utilizada, acaba prestando um ótimo serviço em favor da inclusão.

Um comentário:

tais disse...

Olá. adoreeeeeeeeeeeeeeeeeeei demais tua postagem. concordo com exatamente tudo o que disseste. e principalmente: gostei de saber que não sou só eu quem acha perfeitamente normal o preconceito inicial que há com o diferente. bjinhos!