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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carnaval em Joanópolis



Faaaaaaaaaaaaala galera!

Sexta-feira, Carnaval bem em cima da hora e eu.... ainda sem planos, sem ideia do que fazer.... Já tinha até pesquisado alguns blocos e filmes que passariam no cinema para o caso de eu ficar.

Eis que, recebo um SMS de um amigo perguntando o que eu ia fazer no Carnaval, seguido da pergunta:

Vamos para Joanópolis?

Olha. Nem tinha ideia de onde ficava isso, mas respondi: vamos.

Oh. É um casal de amigos responsável por 99% das viagens que tenho postado ultimamente aqui.

Jamais me chamariam para uma furada. Aí, topei na hora! Rs.

Só então fui pesquisar no Google onde ficava Joanópolis. Nem fazia ideia.

Saio do trabalho, sem saber ainda que horas iríamos.

Resolvi tomar uma com um amigo do trabalho.

Nisso, resolvemos ligar para um camarada muito legal. Ele trabalhou com a gente até pouco tempo atrás.

Eu já pensando em arrumar minha mala, com a chegada dele, adiei o processo.

Recebo uma ligação informando: Vamos sair depois das 22.

Resultado: Entre um copo e outro, 22 horas eu cheguei em casa para catar minhas coisas e jogar dentro da mala. É bem por aí. Joguei as coisas necessárias.... bom.... Vou trocar o necessárias por necessárias que eu conseguia lembrar........ É mais justo...... Rs.

Quando termino de arrumar a mala... Bom..... desde quando aquilo poderia ser chamado de arrumar...... Toca meu telefone....

Meu amigo avisando que estavam atrasados. Ufaaaaaaa!

Ainda bem!

Como sou um cara prevenido, se não fosse o atraso também deles, já tinha a desculpa pronta. Esta seria: Vocês só falaram depois das 22:00. Não especificaram quanto tempo depois. Kkkkkkkkkkkk.

Finalmente, pé na estrada.

Não sei por qual motivo, dormi a viagem inteira... disseram que até ronquei. Por que será? Rs.

Chegando lá, começamos a beber. Afinal, era necessário comemorar o fato da viagem ter corrido sem problemas.... Nada mais justo.

Sábado pela manhã. Jogo de Futebol.

O dono da casa tem um time de futebol e fomos lá prestigiar.

Acho que me enganaram. Quando eu cheguei, rolava um jogo e depois me disseram o resultado. 8 x 1. No entanto, eu não vi um gol sequer. Kkkkkkkkk. Tem coisa errada aí... Vai saber?

Quando cheguei, me ofereci para apitar o jogo. Eu disse:

“Se quiserem eu apito. Mas... Olha... Depois não digam que não avisei. Sou rigoroso. Toda falta que eu ver, vou apitar!” kkkkkkkkkkkkkk.

Acho que não quiseram arriscar. Rs.

E foi um ótimo dia.

A galera da casa, além de já ter me recebido super bem, já interagiam, como desde o início, da melhor forma.

Já estavam tão cientes de como eu sou que, até a criancinha já queria colocar um cobertor rosa em cima de mim enquanto eu dormia, aproveitando que eu não iria ver. Kkkkkkkkkkk.

Pra vocês verem como já estava o esquema. Até a criança. Kkkkkkk.

Depois daquele cochilo, vamos para o Carnaval da cidade.

Bebemos, comemos, voltamos, bebemos e o papo foi até 6 da manhã. Rs.
Chega o domingão.

Churrasco rolando e, dentro de alguns instantes, meu cabelo já estava colorido.

Exato. Tacaram tinta de 3 cores..... rsrsrsrs. Pelo que eu sei, até rosa tinha ali no meio. Kkkkk.

Mais tarde, começa a guerra de confete.

De repente um dos amigos lá presente fala:

“André, tá cheio de confete em cima de você.


Em mim? Onde? Tem não. Aí tacaram e ele respondeu: Como não. KKKKK.”

Beleza. Rs.

Catei um pouco de confete e o chamei pelo nome.

Ele me respondeu, mas evitou chegar perto.... É...... detalhes fazem mesmo a diferença. Até mesmo o esquecimento deles. Pois é gente.... Nem tudo é perfeito.

Ele se esqueceu que a única coisa necessária para mim naquele momento era ouvir a voz........ chegar perto era totalmente indispensável. Kkkkkkkkkkkkkkkk.

Pela reação dele, garanto uma coisa: Não errei. Kkkkkkkk.

No meio da festa, alguém dá a ideia de baixar marchinhas de Carnaval.

Até baixamos algo com mais de 200, mas algumas eram dos anos 20 e 30. Não conhecíamos. Nem tudo é perfeito.

Segunda chegou e fomos num restaurante. Lá, havia uma tal comida do lobisomem.

Ei. Olha lá. Nem vão começar com papinho de que eu levei uma comida do lobisomem no Carnaval. Podem parar. Se bem que tem uma foto............ bom........ Não entraremos em detalhes. Kkkkkkk.

Fomos lá e na volta.... Tudo bem.... Entraremos em detalhes... Não é justo eu zoar todo mundo e ocultar o fato utilizado até hoje, inclusive pela galera do trabalho, pra me zoar. Afinal, está no meu Facebook.

Tem um lobisomem na cidade, na porta de uma cachaçaria.

Carnaval e lá vou eu...... Aí tiram uma foto minha abraçado com o tal lobisomem como se estivesse no colo dele... É..... Em fim.... Era Carnaval! É. Não dá pra por culpa na cachaça, na cerveja, nem no não lembrar..... Então..... Mas, voltando à postagem,.... kkkkkkkkkkkkk.

Já que todo mundo me zoou mesmo o jeito foi falar que o lobisomem é ingrato... Muito frio... Bom. Afinal era um boneco né? Kkk. Aí eu disse:

“Esse lobisomem é muito ingrato! Não deixou telefone, Endereço.........” kkkkk.

Voltamos e fomos descansar para o Carnaval à noite.

Olha gente...... A cena provavelmente eleita como a mais engraçada.

Quase fim de Carnaval, o DJ já havia parado de tocar.

Antes de sairmos, resolvi comer um lanche.

Enquanto me alimentava, duas meninas começaram a discutir.

Aquela troca de palavras gentis onde inclusive as mães de ambas foram lembradas, gente tentando provavelmente separar, em fim....

De repente, começo a tossir, espirrar, sem entender o porquê.

Aí penso eu: Po.... Já to na metade do lanche e não encontrei pimenta até agora!

Aí, reparo que meus amigos também começaram a espirrar... Rs.

Fiquei então sabendo. Alguém, muito provavelmente um guarda, jogou spray de pimenta para espantar o tumulto e olha... Funcionou. Não ficou um. Nem a gente, inclusive. Kkkkkkkkkkkk.

Saímos de lá e fomos para um bar.... Rs. Afinal, a saideira.....

E na terça, como tudo que é bom dura pouco, retornamos.

Logicamente, não poderia jamais terminar esse post de uma forma que não fosse agradecendo.

Primeiro, aos dois casais de amigos que me proporcionaram a possibilidade dessa viagem.

Valeu mesmo, gente. Valeu o convite.

Segundo, à galera da casa, pela hospitalidade e por tudo de bom... Foram ótimos momentos. E a ambos por me aturarem todos esses dias. Kkk.

Gente. Tenho grande admiração pelo interior desse país.

Por todas as cidades interioranas que passei fui sempre bem recebido, me senti bem. O povo do interior é show.

Vou inclusive citar uma coisa muito interessante:

Sinto no povo do interior, não só a hospitalidade como a mente aberta.

Nesta viagem mesmo. Além das pessoas ali na casa, conheci outras. No campo de futebol, amigos do pessoal e assim é em todas as cidades as quais visito.

Em Pelotas, quando fui, além de bem recebido pela galera do hotel, também o fui nas baladas, etc.

Isso me faz chegar a uma conclusão muito feliz:

O povo do interior tem muito mais facilidade de tratar uma pessoa cega como ela realmente é.... Pessoa normal.

É interessante isso.

Já fui em cidades tão pequenas nas quais a falta de informação seria facilmente justificada. Em contra partida, eles sempre estão abertos a recebê-la.

Posso dizer, sem medo de errar, que é muito mais fácil alguém com algum tipo de deficiência sofrer preconceito na capital do que no interior.

Calma... Pera aí. Eu não estou generalizando. Não quero dizer com isso que na capital não tenha também gente com mente aberta.

Mass é muito mais comum numa capital pessoas se acharem conhecedoras, terem um monte de preconceitos na mente e, apesar de toda a disponibilidade da informação, não querer adquiri-la.

É aquela coisa fechada: Olha, já tira suas conclusões e fica com elas.

O povo do interior já permite primeiro conhecer, para depois concluir.

Não tenho números que comprovem essa minha afirmação. Afinal, foi uma pesquisa feita às cegas. Kkkkkkk.

Mas é isso.

Vou dar um exemplo:

Tenho sim amigos em São Paulo, que me tratam sempre por igual.

Recentemente, olha o que passei durante a tentativa de entrar na academia.

Vejam bem! Pessoas teoricamente estudadas, que deveriam não sofrer de desinformação crônica, não permitiram minha entrada na academia pelo fato de ser cego.

E o agravante:

Não houve sequer a possibilidade da tentativa.

Existem duas situações diferentes. A primeira, bastante comum.

Não sei como lidar, não sei como fazer, mas vamos ver e vamos aprendendo.

A segunda é: Não tem como, justamente pelo fato de não saber o que fazer e nem ter a vontade ou pretensão de aprender.

Já meu amigo, lá no Rio, não teve esse problema numa academia de menor porte, em um bairro afastado, onde teoricamente a desinformação é muito maior.

Começo a crer com isso, que a simplicidade ajuda a incluir.

Falo para alguns cegos que nunca tiveram a experiência de viajar para o interior.

É. Nem todo mundo é André.

Tem gente que para ir a um lugar desconhecido fica com receio. Até mesmo a um restaurante ou bar novo que abra perto de casa. Ficam preocupados de como será a reação, como vão atender, se vão saber lidar e se não souberem, como vai ser.....

Eu já sou bem cara de pau... Vou e não to nem aí. Se for em estabelecimento, caso não goste do atendimento, não volto e pronto.... Simples assim. Kkkkk.

Mas falo o seguinte: Se existe receio de viajar para o interior por conta disso, vai de boa.

Pode ser que no início te olhem estranho,... ah... mas tu não vai ver mesmo! Kkkk. Fiquem com um certo receio, sem saber o que fazer, principalmente em hotéis e pousadas. Mas, te atender da melhor forma, em mais de 90% das vezes, vão.

Lógico. Uma orientaçãozinha daqui, outra dali e logo, caso passe essa imagem, terá o tratamento de uma pessoa normal.

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