O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Cegos. As crianças adultas.



Faaaaaaaaaaaaala galera!

Hoje sexta-feira e estou eu, me preparando para uma viagem ao Rio amanhã. Isso... Aquela mesma saga que contei no blog essa semana.

E comentando com meu amigo cego velho e gordo, inclusive sobre a festa à fantasia  a qual vou, ele me perguntou se já preparei minha fantasia de baiana gorda. Kkkkkkkkk.

É...... ele diminuiu o placar. Agora 2 x 1 pra mim...... Acho que ele tá buscando o empate. Kkkkkkk.

Gente. Já contei aqui que algumas pessoas tendem a infantilizar o cego.
 Aquela história de achar que temos deficiência mental, ou que somos como crianças. Vira e mexe passamos por isso.

Ontem aconteceu algo engraçado. Juro.... Tive de segurar muito para não rir.

Fui a um rodízio de comida japonesa. Uma pessoa bastante atenciosa veio me atender. Não a conhecia. Era a primeira vez. Nunca a tinha visto por lá... Tudo bem.... Nunca vi ninguém por lá.... Isso é fato. Kkkk.

Mas em fim:

Acho até que foi  o primeiro atendimento a um cego que ela realizou.

Normal. Vamos orientando conforme necessário.

Estava eu tomando minha Heineken estupidamente gelada, quando ela trouxe meu Temaki.

                Pedi a ela que colocasse nele um pouco de shoyo pra mim.

Bom. Sinceramente é algo que eu evito desde uma ocasião na qual tentei fazer e criei uma autêntica chuva de shoyo. Transbordou o pote de shoyo e eu prometi evitar ao máximo mexer naquele vidrinho. Kkkkkk. Mas, é errando que se aprende.... Inclusive se aprende que é melhor evitar fazer. Kkkk.

Ela fez e perguntou se eu queria um guardanapo.

Sim... Lógico. Afinal todo mundo usa guardanapo. Achei até legal ela perguntar, porque muitos garçons tiram sei lá de onde que cego não usa guardanapo e não mostram onde está....

Aceitei. Penso eu na seguinte situação.

A garçonete trará o guardanapo, colocará aqui ao lado e aí e usarei quando for preciso.... Pois bem.

Estou sentado na mesa tranquilamente, eis que de repente, sinto ela colocando o guardanapo na minha roupa como se fosse um babador! Kkkkkkkkkkkkk. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Kkkkkk.

Rindo, expliquei delicadamente a função para a qual precisaria do guardanapo.

Chega meu combinado.

Pedi guardanapo, pois ela só havia trazido aquele cujo tentou fazer de babador.

Ela pega mais um e traz.

Aí eu perguntei:

Não seria mais fácil deixar o guardanapo aqui perto e aí eu vou usando quando necessário? Ela: ah, sim.

Eu só queria ver se o estabelecimento estivesse lotado, como ela faria para pegar os guardanapos um por um e atender às outras mesas. Kkkkkk.

Aí vem a saga colocar shoyo no pote.

Pedi: Poderia colocar um pouco de shoyo pra mim? Rapidamente lembrei e completei: No pote....

Sim.... Vai que ela resolve colocar por cima das peças e aí ficaria escorregadio e impossível usar o hashi. Rsrsrs.


Muitas pessoas em estabelecimentos não tem noção de como atender a um cego, assim como, muitos na rua não sabem como nos ajudar. No entanto, se não estivermos dispostos a irmos nos estabelecimentos, mesmo sabendo que correremos esse risco ou, orientar na rua quem tenta auxiliar, nunca aprenderão.

Certamente, a garçonete em questão, ao atender outro cego, ou até mesmo eu, já não tomará algumas atitudes, como a do babador. Kkkk.

Mas é isso. Se nos encaram como crianças, ninguém a não ser nós mesmos, poderá mudar este conceito.
 Porém devemos agir sempre com delicadeza, educação e paciência.

Agir com indelicadeza nessas situações, além de não transmitir o recado, só reforça uma outra imagem negativa associada aos cegos. A de revoltados.

Por que estou postando essa situação aqui? Porque foi engraçada? Também rs. Mas não é o motivo principal. Outros garçons que, assim como a
garçonete em questão nunca atenderam a um cego, ao ler, quando passarem pela situação, certamente não oferecerá um babador.... kkk. Sim... Deixa eu falar sério. Troque o não oferecerá um babador, por: Certamente terá alguma noção de como atender e, no dia que atender o primeiro, lembrará da postagem e das risadas as quais provavelmente deu com a situação. Afinal, é repassando que se divulga informação.

Já devem ter reparado. Nunca cito nomes nas minhas postagens. Lógico!

O motivo das mesmas é apenas orientar. Nunca jamais será, expor as pessoas envolvidas, nem fazê-las virar motivo de deboche.

Mesmo porque compreendo bem os motivos e ela, apesar da desinformação, atendeu muito bem.

Pelos mesmos motivos acima, também não citarei o local onde ocorreu, de acordo com a postura sempre adotada aqui.

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