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sexta-feira, 1 de março de 2013

Será que cegos tem corpo de vidro?



Faaaaaaaaala galera!

Hoje, por ser uma sexta-feira, vou comentar uma situação a qual muitos somos vítimas, principalmente quando temos vida noturna.

Mas antes, vou indicar uma música que deveria ter sugerido ontem, mas esqueci.

É de uma banda chamada Spacehog.

Sim. Banda de Rock alternativo da década de 90. Surgiu em 1994.

A música é um pouco mais calma do que as que indiquei anteriormente, mas o som dos caras é legal. Bom. Pelo menos eu acho.

Segue o link.


a pergunta do título, pode não ter feito sentido até agora, mas algumas pessoas pensam que somos de vidro ou sei lá...

Ninguém pode esbarrar, senão quebra.

Em casas noturnas de São Paulo, normalmente percebo que as pessoas tem preparo, atendem da melhor forma e já tem uma mente bem mais aberta com relação a isso. No entanto, ainda nos deparamos com situações como, pedirmos para nos ajudar a chegar até a pista e o segurança, ou pessoa a nos auxiliar nos guia para o canto, por exemplo.

É raro, mas ocorre.

Comigo, quando isso acontece eu espero a pessoa se afastar, entendo o ambiente e vou para o meio. rs.

As vezes as pessoas são insistentes. Você vai para o meio e quando vê é puxado para o canto. Rsrsrsrs. Em fim: Vira um cabo de guerra, mas.... kkkkkk.

Certa vez, num show da Nação Zumbi , na Virada cultural De São Paulo, estava eu.

Ia começar o bate cabeça.

Aquele cara eu achei super legal. Rs.

Me abordou e antes de qualquer coisa, me disse que naquele local aconteceria o bate cabeça. Ou seja: exatamente na posição onde eu estava.

Agradeci e disse que tudo bem, pois eu havia ido no show exatamente com a intenção de participar. Rsrsrs.

E por falar em Nação Zumbi.


Não sei. Cada um é cada um.

Lógico. Existem pessoas cegas que realmente optam por lugares tranquilos, sem muvuca. Mas, não sei.

Quando fui ao show do Iron Maiden, aliás por duas vezes, numa fui de pista e na outra de arquibancada.

Sim. Estava no meio da galera pulando e cantando.

Por quê. Pelo menos na minha concepção, se não fosse para ficar na muvuca, pulando na arquibancada junto com a galera, sentido a emoção do show e estando lá todos nós vibrando, não teria sentido pagar um ingresso.

Seria mais barato colocar um CD ao vivo do Iron e ficar ouvindo. Seria a mesma coisa. Rsrsrsrs.

As vezes, por instinto de proteção, as pessoas querem nos tirar da muvuca quando na verdade fomos para aquele lugar exatamente por causa dela. Rsrsrs.

Hoje já não estou tão baladeiro, mas.... Rs.

A mesma coisa o show da Nação. Rs.

Esbarrões, pisões no pé, são coisas as quais qualquer pessoa presente num local desses está sujeita. Por que o cego é intocável?

É de vidro? Vai quebrar? Rsrsrs.
Se alguém esbarrar quebra. Rs.

Certa vez estava com uma amiga, na época recente.

Fomos para uma festa ela me apresentou a uma galera do convívio dela.

O local tinha bastante gente.

Quando íamos embora ela disse:

Espera um pouquinho que eu vou ali me despedir do pessoal e já volto.....

Opa! Não! Pera aí! O normal não é quem sai sempre se despedir de quem está no local? Então vamos lá. Você vai me guiar e, como eu também estou de saída, vou me despedir do pessoal como é absolutamente normal.

Po nada a ver eu continuar ali sentado e sair de fininho, ou esperando que as pessoas venham até onde eu estava sendo que eu era quem deixava o local.

Tinha bastante gente aglomerada.

Por ter a mente aberta, logo ela percebeu que não deveria tomar atitudes diferenciadas e  a mesma mente aberta permitiu uma interação maior com ela fazendo o solicitado por mim. Depois ela mesma disse:

“confesso que eu realmente tinha receio de esbarrões e tal. Mas como você mesmo acha não ser uma boa atitude, pelo menos contigo e queria agir naturalmente, assim tem de ser”. Rs.

Legal isso.

Se fiquei chateado? Não.

É normal o receio e dúvida inicial de quem começa a conviver com cegos.

Nossas atitudes mostrarão que o tratamento deve ser igual e tudo deverá ser o mais natural possível.

Agora, quando certas atitudes partem de pessoas pertencentes ao nosso convívio há mais tempo, aí a coisa muda de figura.

Eu pelo menos sou categórico quanto a isso.

Quem não é capaz de me tratar como pessoa normal, não serve também para fazer parte do meu convívio. Bem assim. Rs.

Lógico. Existem situações em que precisamos de auxílio, principalmente quando questões visuais estão presentes.

Agora no convívio pessoal e profissional, não somos diferentes.

Vou estar numa festa, como qualquer outro frequentador.

Vou beber e, pode ser que eu fique tão chapado quanto uma outra pessoa que também beba.. Bom.... As vezes até mais chapado.... A vantagem é que eu não vou ver nada rodando. Kkkkkk.

Olha. Mas eu já senti minha cama girar. Kkkkkkkkkkk.

Em fim: Assim como qualquer ser humano, cego é de carne e osso. No meu caso, muito mais carne do que osso... Mas... São as variantes......... kkkkkk.

Não temos nosso corpo construído em vidro frágil e não vamos quebrar atoa. Rs.

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