O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mico induzido

Faaaaaaaaala galera!

Hoje vou descrever uma situação aqui.

Você está conversando com alguém.

De repente na correria essa pessoa se vira e sai do ambiente que você está. Pode ser numa festa, numa sala de trabalho.

Normal né?

Sim, pode acontecer...

Você conversou, terminou uma frase, vai tentar falar com a pessoa, mas quando vê ela já foi.

O problema é que se você passar por isso, não vai pagar o mico de falar pro vento, porque você viu que a pessoa não está mais ali.

Já o cego, normalmente se ferra!

Eu mesmo, já perdi as contas de quantas vezes eu fiquei falando sozinho pro vento!

O pior é quando a pessoa te pergunta algo, você responde.

Daí uma pequena pausa e você emenda um outro assunto. Chega alguém do teu lado e diz: Você tá falando com quem?

Dá vontade de matar o sujeito anterior. kkkkk.

Se você viu um cego conhecido ou amigo seu e resolveu conversar numa festa, ou numa mesa de bar, qualquer merda que seja.

Mas quando por algum motivo você tenha que se afastar, mesmo que correndo, avise o cego que você saiu. rsrsrs.

Se for um cego que fala pelos cotovelos e que por algum motivo você precisa correr e não dá tempo de esperar ele terminar de falar, toca no ombro, interrompe e diz algo para que ele entenda que você não tá mais ali..l... rs.

E não se esqueça do óbvio!

O cego não tá te vendo!

Parece óbvio, mas as vezes em certos momentos as pessoas esquecem disso.

A. Vou aproveitar e falar do copo

Outra situação meio chata.

Se você em sua casa ou qualquer lugar for servir algo para um cego em um copo, evitar a seguinte situação.

Normalmente isso acontece principalmente com cerveja, que sobe.

Cuidado para o copo não transbordar.

Quando isso acontece e o cego não tá avisado, ele vai pegar o copo e já viu... Já tomei banho de café quente na roupa e te garanto que não é nada legal.... rsrsrsrs.

Mas se por descuido, no caso da cerveja ou do refrigerante que costumam subir, caso aconteca acidentalmente, avise ao cego que o copo tá transbordando, pra que ele fique alerta e não derrame no primeiro movimento!

Essa história também se aplica à ajuda em um Self Service.

Eu por exemplo não curto comer com um prato transbordando.

Além de não ser muito legal a coisa, é encômodo porque você fica tendo que tentar raciocinar como pegar a comida sem que nada caia fora!

E é uma missão quase impossível!

Então quando você estiver ajudando a um cego e for descrevendo o que tem para que ele vá dizendo se quer ou não, ao verificar que o prato tá ficando cheio e possa vir a transbordar, alerte-o.

É isso aí galera!

Logo logo mais algum post virá.....

3 comentários:

Anônimo disse...

Bom, já que estive afastada um pouquinho deste blog, por consequência destas postagens tão legais, agora sou eu que vou levar porrada, pois quero colocar em dia meus comentários!

Passar mico de ficar falando sozinha, isso eu já passei várias vezes! Na escola então não tinha conta. Tinha até professores que me deixavam falando sozinha! O pior mesmo é quando não se consegue disfarsar para a pessoa que vem a seguir e te pergunta o que estás a dizer, e para quem. Acho isso uma falta de respeito para com a pessoa cega. Me desculpem, mas acho mesmo! Custa avisar quando tem de se ausentar? Ou pelo menos dar um toque para que o cego se aperceba. Bom, vou relatar aqui uma situação que aconteceu com o meu irmão na semana passada. Ele foi num sopim com uma amiga minha de longa data. Já não tão amiga agora, mas isto não vem ao caso para agora. Bom, ela sirculando com ele pelo sopim, acabaram entrando em uma loja de roupas, pois o objectivo era escolher uma toalete para ele levar a um casamento do filho dessa minha amiga. Nesse entretanto, ela também levava com ela outro rapaz que, por sinal, tem uma dificiência bem complicada e profunda, o que leva a que as atenções sejam bem mais viradas para ele. O rapaz decidiu escolher roupa. Até aí tudo certo. A minha amiga prontificou-se a ajudá-lo a escolher roupa, deixando então o meu irmão um pouco à margem. Sentindo-se ele um pouquinho despresado e já achando uma chatice esperar tanto tempo, ainda mais sem perceber o que se escolhia, pois nem essa informação chegava até ele, meu irmão, encostado num canto por essa minha amiga, resolveu começar a enviar-me mensagens pelo celolar. Moral da história: pelo jeito, ela saiu da loja com o outro rapaz, foi ter com a filha que também os acompanhava e que se encontrava em outra loja mais adiante no sopim, foi, ficou, conversou, e só depois se lembrou que havia-se esquecido do meu irmão naquela loja de roupas! O funcionário já se havia apercebido da situação e já estava procurando por ela, mas o mais incrível é que o meu irmão não deu pelo tempo passar com o vai e vem de mensagens, não deu pela falta dela, e ela com a maior cara de pau: "nem deste por eu ir embora, quase que me esquecia de ti aqui"! Bacano, não é? Que falta de sencibilidade, de respeito para com os seres humanos.

Bem, mas eu hoje estou muito ousada. Eu bem digo, ainda vou ser condenada a não poder deixar mais comentários pelo dono deste blog! Deus que me livre.... Vou ficar por aqui.

Beijocas André.

Dália

André Carioca disse...

Dália, esse espaço é aberto para comentários. Então, fique à vontade.

Lógico que sei que não preciso te dizer que os comentários só serão excluídos caso tenham cunho ofensivo, porque sei que jamais faria isso rs.

Mas vou meter a colher nele.

Eu não encararia o fato de sair sem avisar como total falta de respeito, pois nem sempre é intencional.

Eu diria até que quase nunca é.

Muitas das vezes isso ocorre pela falta de convívio e esquecimento de que não vamos ver a pessoa saindo.

Quanto ao hepisódio do shopping! kkkkkkkkkkkk.

Já aconteceu comigo também... Relaxa! rs.

Estava eu e meus tios certa vez num parque aquático. Paramos para que observassem alguma coisa. Quase me esqueceram ali. rs.
Quando eu percebi a galera se afastando, ainda, do jeito que sou gritei: Tchau pessoal!

E uma vez na volta de uma viagem... Aquele tumulto para guardar as bagagens porque quase perdemos o ônibus.

Daí jogamala pra lá, pra cá, um tumulto danado. daí minha madrinha depois de tudo organizado fala: Pronto motorista, pode ir. daí eu gritava do lado de fora: Pode ir porra nenhuma! Eu to aqui fora ainda! kkkkk. Aí que se ligaram, o motorista abriu a porta e eu entrei. kkkkk.

Anônimo disse...

Muito obrigada pelo à vontade que me dás para deixar meus comentários. Claro que jamais faria um comentário ofensivo! E tu sabes muito bem disso. Agora não sou obrigada a concordar com tudo! Rsrsrsrsrsrs..... E claro, como sou espírito de contradição, não concordo quando dizes que na maior parte das vezes não é intensional deixar um cara sozinho, mas porra, custa avisar que vai sair? Dar um toque, sei lá.... Acho que também tem a ver com a sencibilidade das pessoas. Mas tudo certo.... Não me leves preza!
Quanto à história do shophing, foi coisa que já me aconteceu para mais de uma vez, mas a pessoa que levou o meu irmão, já muitas vezes andou comigo, está bastante acostumada a lidar com toda a minha família que, por sinal, é toda de cegos, e além do mais, ela não levava apenas um cego consigo, mas um jovem menor de idade, então acho que deveria de ter mais responsabilidade. Ao ponto do funcionário da loja se aperceber.... É porque não foi assim tão pouco tempo de ausência! Imagina como ele se sentiu.... Tadinho! Quando fazem isso comigo eu saio logo zuando, mas ele, é bem envergonhado, mas entra logo em pânico. Ainda bem que desta vez ele não se apercebeu!

Beijos grandes e desculpa qualquer coisa. Qualquer dia sou vista por aqui como a cega de contradição!

Dália